Por vezes somos assolados por uma
súbita vontade de rir, amiúde, sem razão concreta, ou basta um
estímulo simples como a boa disposição de um amigo, noutras
ocasiões lemos a notícia que dá conta do pedido de ajuda de Angola
ao FMI e torna-se impossível não ver o carácter cómico da
situação. Afinal de contas trata-se de um país rico em recursos,
governado por uma oligarquia (ou será cleptocracia?) encabeçada por
pai e filha que passeiam a sua riqueza sem pudor e cujo último
grande feito foi prender um grupo de jovens que ousaram – pasme-se!
- ler um livro.
Este país pobre, mas repleto de
riquezas, liderado pela mulher mais rica do continente africano e
pelo seu pai, vem agora pedir a outro grupo de malfeitores
assistência financeira. Recorde-se que o FMI possui um longo
currículo em matéria de destruição de países, para além de se
dedicar ao planeamento da bancarrota de Estados que já passam por
aquela forma de escravatura também conhecida por programas de
assistência. O caso da Grécia é o mais recente exemplo da actuação
do FMI.
Não é caso inédito um conjunto de
ladrões pedir ajuda a um grupo de malfeitores.
Parece piada, mas não é, e não o
será seguramente para todo um povo afundado na miséria e cerceado
nas suas liberdades.
A boa notícia é que o regime,
sobretudo com a crise do petróleo, parece revelar alguns sinais de
fragilidade. Seria aliás interessante que deste pedido de
assistência ao FMI saísse uma espécie de derradeiro estertor de um
regime abjecto e anacrónico. E aí sim, teríamos razões para
soltar uma valente gargalhada.
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