Já
se sabia que António Costa, o Governo que lidera e a "geringonça"
não podiam dar um passo em falso, nem tão-pouco criar a ideia,
mesmo que falsa, de que estariam a dar um passo em falso. Se o
fizessem, também já se sabia, teriam de se confrontar com uma
comunicação social ávida por qualquer pretexto para fragilizar
esta solução política. De resto, é também essa a esperança de
Passos Coelho que se tem afundado na sua insignificância, com ou sem
laivos de social-democracia.
Os
últimos dias foram marcados pela demissão de João Soares, a
demissão do secretário de Estado do Desporto, cujo nome ninguém se
lembrará, mas pouco importa, e com a contratação de Diogo Lacerda,
cujas funções não haviam sido totalmente esclarecidas - razões
mais do que suficientes para a comunicação social, boa parte dela
pelo menos, entrar em êxtase. A ajudar à festa, o conservadorismo
serôdio de algumas chefias militares contrastam com a visão
constitucional (podia ser de outra forma?) do ministro da Defesa.
Estes
acontecimentos são mais importantes do que a conduta do anterior
Governo no caso do Banif, facto que terá custado ao país mais uma
quantidade obscena de dinheiro. São as bofetadas, o secretário de
Estado cujo nome ninguém conhece ou um "amigo" de Costa
que alimentam tempos de antena e páginas de jornais. Curiosamente,
questionar-se casos mais graves como o de Maria Luís Albuquerque
parece menos aceitável. A importância conferida aos aspectos
pretensamente negativos do actual Governo é desproporcionada. Em
oposição, assuntos como o caso Banif, designadamente com a
possibilidade da venda atempada do banco, evitando assim mais um
descalabro nas contas públicas, são efémeros e de pouca
importância. É nestas alturas que Passos Coelho e os parcos
acólitos que lhe resta rejubilam a sentem a esperança recrudescer.
Até porque a avidez não é exclusivo da comunicação social.
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