Passos
Coelho saberá do que se fala. A solidão que assola o anterior
primeiro-ministro manifesta-se de muitas formas e com particular
frequência. O último exemplo do isolamento e consequente solidão a
que Passos Coelho está sujeito veio a propósito dos 140 anos da
Caixa Geral de Depósitos.
Recorde-se
que Passos Coelho é dos mais acérrimos defensores da privatização
do banco, mas também nesta questão parece estar sozinho, pelo menos
não poderá contará com quem é relevante. Vem isto a propósito do
facto do Presidente da República se colocar mais uma vez ao lado do
Governo de António Costa, desta feita contra tentativas de
privatizar o banco estatal. E novamente Passos Coelho fica sozinho,
entregue ao seu pessimismo, atolado nas suas frustrações e, ainda
assim, esperançoso que tudo corra mal ao Executivo de Costa e
subsequentemente ao país, para que possa regressar na qualidade de
Messias.
Marcelo
Rebelo de Sousa referiu o consenso em torno da Caixa Geral de
Depósitos pertencer à esfera pública. Passos fica naturalmente
fora desse consenso.
A
cozer em lume brando, isolado em boa parte das posições e afundado
num humilhante isolamento, Passos Coelho procura sobreviver com os
olhos postos numa hipotética desgraça. Todavia, se essa desgraça
não chegar rapidamente, o líder do PSD não terá outro remédio do
que continuar a cozer em lume brando, entregue à solidão e
definhando enquanto o partido procura novas soluções. Fingir ser
social-democrata não chega, como se vê.
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