António
Costa em visita oficial à Grécia deu um exemplo de como a política
pode existir sem a habitual hipocrisia ao manifestar, conjuntamente
com Alexis Tsipras, as suas críticas em relação ao que considera
estar errado com as políticas europeias. O primeiro-ministro
português assinou em conjunto com o Alexis Tsipras uma declaração
cujo título terá sido "Contra a austeridade, por uma Europa
democrática e progressista, com justiça e coesão social".
Juntamente
com Alexis Tsipras, Costa defendeu mais cooperação, criticando a
austeridade considerada "ineficaz"; políticas que
redundaram em divisões, desemprego, pobreza e exclusão social.
Paralelamente, defenderam uma Europa mais solidária, contra
fronteiras fechadas. Em suma, uma outra Europa.
As
diferenças entre António Costa e Passos Coelho são abissais, com a
novidade de se ter um primeiro-ministro defensor dos interesses do
país, longe da subjugação e bajulação adoradas por Passos
Coelho.
A
novidade também está nessa ausência de hipocrisia. António Costa
e Tsipras defendem o mesmo, embora a forma de se chegar aos
objectivos possa ser diferente. Espanha poderia ser outro país a
subscrever as críticas patentes na declaração acima referida, mas
as divisões internas inviabilizam qualquer solução política.
De
um modo geral António Costa oferece-nos mais um exemplo de uma forma
diametralmente oposta de fazer política, sobretudo comparando com os
últimos anos. Espera-se que internamente Costa tenha habilidade para
resolver as questiúnculas internas que tanto dão que falar na
oposição, como é o caso da contratação ou falta dela de Diogo
Lacerda Machado.
Comentários