Marcelo
Rebelo de Sousa tem brindado o país com afectos e com uma presença
mais do que constante na comunicação social. Pelo caminho não
esquece a importância dos afectos. Mas não é difícil se
questionar sobre o que se seguirá a esta onda de afectos e
consensos. Em rigor, será tarefa árdua não abrandar o ritmo da
afectuosidade, até para a mais carinhosa das pessoas. E depois do
amor? Um novo amor, mais à direita?
Com
efeito e depois de tudo isto, o que se segue? Um Marcelo menos
emotivo e mais racional? Será esse o Marcelo que surgirá de uma
eventual alteração na liderança do PSD? E se essa mudança de
facto ocorrer? Continuaremos a ter um Marcelo tão carinhoso, ou será
que o seu desejo de um bloco central não falará mais alto?
Por
falar em consensos, parece consensual que tudo correrá bem enquanto
Passos Coelho continuar a definhar na liderança do partido, apagado
no Parlamento, agarrado ao telemóvel como um miúdo malcriado.
Contudo o caso pode mudar de figura, inclusivamente a enxurrada de
afectos do Presidente da República, se Passos Coelho der lugar a
outra figura do PSD, uma mais do agrado de Marcelo.
São
muitas as perguntas e, como sempre, poucas as respostas. O que me
parece difícil será a manutenção do actual estado de graça
auto-induzido, baseado nos afectos e no consenso. Mas esta afirmação
pode ser apenas o resultado do meu mau-feitio.
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