Paulo Portas, de cognome, o irrevogável, anunciou a sua saída da liderança do CDS e há quem afirme que Portas também abandonará o Parlamento. Tratando-se do irrevogável subsistem as dúvidas e as incertezas. Na eventualidade de se levar a conversa de Portas a sério, o futuro do CDS não é promissor. Com efeito, Portas está desgastado: não foi o mesmo na campanha para as legislativas, sobretudo nos debates e, para além das fitas e da desfaçatez do costume, não parece ter mais para oferecer. A coligação desgastou a sua imagem e esvaziou, do ponto de vista ideológico, o próprio CDS. Depois de cortes, empobrecimento e sobretudo de se perceber que não haverá devolução de sobretaxa e que a saída limpa assemelha-se afinal a uma casa-de-banho de uma qualquer estação de comboios em hora de ponta, o que resta ao ainda líder do CDS? Nem em lares de idosos, feiras ou lotas Portas consegue brilhar. Paralelamente, o homem que esteve dezasseis anos à frente do CDS nunca se livrou de questões menos...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.