Avançar para o conteúdo principal

PSD e CDS avançam com moção de rejeição

Depois de tanto ressentimento e sobretudo depois de um balde água fria na noite de eleições, PSD e CDS avançam com uma moção de rejeição ao Governo de António Costa.
Os partidos da anterior coligação conhecida pelo sugestivo nome "PàF" não se conformam com o funcionamento da democracia parlamentar. Convenhamos que toda esta situação foi chata: ganhar eleições, mas sem maioria; existir, por um momento, a ideia de que poderiam continuar o processo de transformação/destruição do país; acalentar a esperança de que seria possível dar seguimento aos negócios apetitosos para os interesses que salvaguardavam, para depois tudo cair por terra porque a esquerda, inesperadamente, se entendeu. É chato.
Em minoria e sem poder contar com um deputado que seja, nem mesmo o deputado eleito pelo PAN, restou a Passos Coelho e Paulo Portas (o mais indignado com a alegada ilegitimidade deste Governo, quando ele próprio sempre chegou ao poder atrelado ao PSD) esperar por um milagre levado a cabo pelo santo Cavaco. Mas não havia milagres disponíveis e agora encetam um exercício que se traduz numa enorme perda de tempo: uma moção de rejeição ao Governo do Partido Socialista - Governo que conta com o apoio maioritário na Assembleia da República.
PSD e CDS podiam e podem destilar ódio perante a solução de esquerda; PSD e CDS podiam continuar o processo de transformação/destruição do país, se tivessem maioria; PSD e CDS podiam e podem apresentar a dita moção de rejeição. Só que nada disso tem quaisquer efeitos práticos.

A arrogância, a intransigência e a teimosia em insistir numa ideologia de pacotilha e a sempre presente ignomínia redundaram no desnorte e na mais absoluta solidão. Resta-lhes o consolo de poderem vociferar palavras duras no Parlamento. Mas será apenas isso: vociferar.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa