Depois
de tanto ressentimento e sobretudo depois de um balde água fria na
noite de eleições, PSD e CDS avançam com uma moção de rejeição
ao Governo de António Costa.
Os
partidos da anterior coligação conhecida pelo sugestivo nome "PàF"
não se conformam com o funcionamento da democracia parlamentar.
Convenhamos que toda esta situação foi chata: ganhar eleições,
mas sem maioria; existir, por um momento, a ideia de que poderiam
continuar o processo de transformação/destruição do país;
acalentar a esperança de que seria possível dar seguimento aos
negócios apetitosos para os interesses que salvaguardavam, para
depois tudo cair por terra porque a esquerda, inesperadamente, se
entendeu. É chato.
Em
minoria e sem poder contar com um deputado que seja, nem mesmo o
deputado eleito pelo PAN, restou a Passos Coelho e Paulo Portas (o
mais indignado com a alegada ilegitimidade deste Governo, quando ele
próprio sempre chegou ao poder atrelado ao PSD) esperar por um
milagre levado a cabo pelo santo Cavaco. Mas não havia milagres
disponíveis e agora encetam um exercício que se traduz numa enorme
perda de tempo: uma moção de rejeição ao Governo do Partido
Socialista - Governo que conta com o apoio maioritário na Assembleia
da República.
PSD
e CDS podiam e podem destilar ódio perante a solução de esquerda;
PSD e CDS podiam continuar o processo de transformação/destruição
do país, se tivessem maioria; PSD e CDS podiam e podem apresentar a
dita moção de rejeição. Só que nada disso tem quaisquer efeitos
práticos.
A
arrogância, a intransigência e
a teimosia em insistir numa ideologia de pacotilha e a sempre
presente ignomínia redundaram no desnorte e na mais absoluta
solidão. Resta-lhes o consolo de poderem vociferar palavras duras no
Parlamento. Mas será apenas isso: vociferar.
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