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O susto

Confesso que um governo de esquerda também me assustou, mas provavelmente por razões diferentes das demais. Passo a explicar: quem escreve e, sobretudo quem passou anos a dedicar-se à mediocridade e ignomínia de Passos Coelho e Paulo Portas temeu, seguramente, ficar sem assunto. De resto, durante o reinado dos senhores acima referidos, assunto era coisa que não faltava. E agora que estes senhores caíram, ficou o receio de deixar de ter ao meu dispor aquelas torrentes de mediocridade, ignomínia, incompetência e mentiras.
Todavia, a moção de rejeição apresentada por PSD e CDS, chumbada por todo o Parlamento, excepto pelo PAN que se absteve, vem mostrar que a direita continuará assanhada no Parlamento, dando algum alento a esta modesta escritora. É que reconheçamos, foi tão fácil escrever nos últimos anos.
Tudo isto para dizer que a continuidade da existência política de Passos e Portas, afundados na mais profunda insipiência, enfatuados e assanhados, permite que os temas não se esgotem com a facilidade que inicialmente suspeitei. Enquanto esta dupla andar por aí, não faltará seguramente tema. 

Agora o Parlamento é o palco onde a dupla Passos e Portas exibem a sua natureza, desta feita desprovidos da sensação de poder absoluto que caracterizou os últimos anos.

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