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A dupla

A dupla que mais estragos causou ao país - Passos Coelho e Paulo Portas - chegou ao fim. O anúncio foi feito por Passos Coelho depois de um lanche do partido. Prometeu manter-se próximo do seu parceiro de coligação, mas ainda assim anunciou uma espécie de separação, embora a coligação já estivesse formalmente desfeita após das eleições.
Em rigor, a dupla não acabou verdadeiramente, o que só acontecerá quando Rui Rio aparecer para disputar a liderança do partido - nesse momento acaba-se a dupla por uma razão simples: Passos Coelho não terá grandes hipóteses de se manter na liderança do partido se de facto surgir um nome como o de Rui Rio. Mas a dupla manter-se-á até lá porque a frustração e a mediocridade os une e falta saber o que vale o CDS sem o PSD.
No cômputo geral, a notícia não aquece nem arrefece. Os dois protagonistas dos piores anos da democracia portuguesa manter-se-ão activos, procurando alimentar falácias enquanto se remetem ao silêncio no que toca aos erros da sua governação.

A dupla chegou ao fim, não deixará boas memórias, longe, muito longe disso.

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