Depois de uma profusão de profetas da
desgraça terem garantido que o Governo de António Costa, apoiado
pelos partidos à esquerda do PS, não se enquadrava na normalidade
que a situação do país exige, a verdade é que vivemos tempos de
perfeita normalidade, sendo que nada de extraordinário tem vindo a
acontecer.
- Greves desconvocadas para desespero
de uma direita que estava a contar que a esta hora já estivesse tudo
a arder, após anos a clamar por responsabilidade e pela salvaguarda
do superior interesse nacional;
- Reuniões da concertação social,
num contexto – espante-se! - de perfeita normalidade e com as
falácias do costume;
- Funcionamento do Parlamentos sem
inquietações e até com o respeito, entre os partidos da esquerda,
pelas respectivas identidades;
- Instituições europeias e líderes
europeus também eles tranquilos;
- E nem os mercados, os famigerados,
amados e sacrossantos mercados, encontraram quaisquer motivos para
estrebuchar.
- E até a necessidade de medidas
adicionais anunciadas pelo novo ministro das Finanças já é
recorrente e não causa propriamente espanto.
Para grande desgosto da direita de
Passos Coelho e seu séquito que estava a contar com uma espécie de
fim dos tempos, o Governo PS funciona num contexto de normalidade. E
nem os incendiários do costume – comentadores, jornalistas e afins
– conseguem alterar este exasperante estado de naturalidade.
Nota: não considero que o estado de
normalidade referido se assemelhe ao estado de graça que alguns
reclamam existir. O estado de graça, dependente também da
comunicação social não existe porque esta continua empenhada em
fragilizar a solução política protagonizada por António Costa.
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