Marcelo Rebelo de Sousa, candidato
melhor posicionado para vencer as eleições presidenciais que se
aproximam, deve tudo a uma comunicação social que consegue a proeza
de transformar o vazio em aparente conteúdo requintado.
Depois de perder o poder executivo –
o Governo apoiado pela PàF -, a comunicação social deposita
esperança na eleição de alguém que, apesar das limitações,
estará em condições de garantir os interesses do costume, onde se
incluem, naturalmente, os interesses da própria comunicação
social.
Marcelo Rebelo de Sousa, o Professor,
o constitucionalista e, paradoxalmente, alguém que vive da forma em
detrimento de qualquer substância; dono de posições anódinas,
onde sempre se confundiu política com politiquice; um monárquico
que aposta tudo na Presidência da Rpública; alguém que idolatrou
Salazar, naquilo que esperemos tenham sido meros devaneios de
juventude, afirma já estar a semanas de ser Presidente da República.
Uma frase que peca por excesso de confiança e que poderá custar
votos, provocado a desmobilização de eleitores que, estando tudo no
papo, podem efectivamente não se dar ao trabalho de ir votar.
Paralelamente, não haverá campanha,
apenas algumas entrevistas. Melhor para Marcelo – para os
medíocres, menos é mais. Quanto às entrevistas, estão são
totalmente subjugadas pela comunicação social – significam 26
minutos de tempo de antena para Sampaio da Nóvoa, por exemplo, e 43
minutos para Marcelo – o candidato da comunicação social.
É possível dizer que a escolha dos
cidadãos é verdadeiramente livre? Dificilmente. Entre o conhecido,
com décadas de televisão onde se construiu um “boneco”
simpático, de linguagem acessível e que sempre fez a escolha mais
confortável – o acessório, e os desconhecidos, como Sampaio da
Nóvoa, a escolha vai para o conhecido. Trata-se de uma escolha
livre? Não, apenas condicionada.
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