Sendo
que quando falamos de oposição estamos a falar naturalmente de PSD
e CDS. Depois da euforia efémera, rapidamente esbatida com os
resultados eleitorais que inviabilizaram a maioria absoluta; depois
ainda do desespero, mostrando-se dispostos a tudo para chegar ao
poder, inclusivamente ceder às vontades do PS; e, finalmente, depois
da realidade lhes cair em cima com a "indicação" de
António Costa para primeiro-ministro, ficou, na direita, o
ressentimento e o discurso extremado que, na verdade, os acompanha
desde a primeira hora.
Essa
estratégia do discurso extremado e do ressentimento pueril desgasta
a oposição. Falar em ilegitimidade ou em "golpada" para
além de ser um exagero de retórica, mostra um conjunto de pessoas
desorientadas, estranhamente ofendidas pela democracia.
A
estratégia da oposição mostra apenas que PSD e CDS têm muito
pouco para oferecer aos cidadãos. Até quando estarão as pessoas
dispostas a ouvir tanta asneira de deputados e responsáveis pelos
partidos? Até parte dos comentadores habituais já abandonaram a
estratégia de virgens ofendidas, precisamente por perceberem que
esse mesmo discurso desgasta quem o profere.
Sem
argumentos e com uma realidade adversa que se poderá tornar ainda
mais adversa (BES, sistema financeiro português, cumprimento ou não
da meta do défice para este ano – tudo responsabilidades do
anterior Governo), PSD e CDS vão definhando até chegarem os
esperados acertos de contas e redefinições, designadamente no PSD,
com o expectável surgimento de um nome forte (ou nem tanto) que
coloque em causa a liderança anódina de Passos Coelho, com
consequências no CDS, que dificilmente se poderá manter tão
próximo do PSD com outra liderança diferente da de Passos Coelho.
Em bom rigor, que utilidade é que um partido esvaziado de
importância como o CDS, poderá ter para o PSD?
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