As últimas semanas têm sido devastadoras para a imagem da Igreja Católica. O surgimento de uma multiplicidade de escândalos de pedofilia envolvendo membros da Igreja espoleta uma crise que há muito que não se via no seio do catolicismo. A passividade e os sucessivos encobrimentos de casos de crianças vítimas de actos pedófilos perpetrado por membros da Igreja corrói inexoravelmente a sua imagem e credibilidade, e mais grave, põe em causa a confiança que a Igreja tem criado com um vasto rol de fiéis. Com efeito, a fé dos crentes poderá sair incólume desta situação, mas tenho dúvidas que o mesmo aconteça relativamente aos representantes do catolicismo. Afinal de contas, até o próprio Papa Bento XVI terá sido displicente - para usar um eufemismo - com os inúmeros casos de pedofilia; a prioridade sempre foi salvaguardar os membros da Igreja envolvidos nos escândalos. Essa prioridade não se coaduna com os príncipios que deveriam ser a base do catolicismo. A difícil relação que...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.