Segundo o estudo Segurança, Protecção de Dados e privacidade, o sentimento de insegurança aumentou exponencialmente. Mais de metade dos inquiridos considera que, relativamente à evolução da segurança em Portugal no último ano, a situação piorou. Este estudo não traz propriamente novidades, mas não ainda assim de ser mais um sinal de que Portugal sofreu um acentuado retrocesso em matéria de insegurança.
Existe uma multiplicidade de razões que subjazem a este aumento da insegurança - tanto na percepção dos cidadãos, como a realidade dos factos o demonstra. O país mudou e com essa mudança não veio a capacidade de combater novos tipos de criminalidade, até então virtualmente desconhecidas para nós; existem problemas cuja gravidade é insofismável do ponto de vista da coesão social, as desigualdades, o desemprego e a pobreza tendem a agravar as taxas de criminalidade; mas talvez o facto que mais contribui para o aumento da insegurança seja a promoção que é feita a um sistema de impunidade.
Com efeito, a Justiça, ou por inoperância, ou por morosidade, tem-se mostrado incapaz de dar uma resposta satisfatória ao sentimento de insegurança que tem proliferado no nosso pais. Diga-se, em rigor, que as alterações ao Código do Processo Penal, designadamente as restrições à prisão preventiva, estarão intrinsecamente relacionadas com os resultados do estudo Segurança, Protecção de Dados e privacidade. Há responsáveis políticos pelo actual estado de coisas, mas a Justiça e Segurança não foram decisivas para os resultados das últimas legislativas, tal como a Educação, a Saúde ou até mesmo a economia do país não o foram.
Em suma, está-se a pôr em causa uma das maiores vantagens que o nosso país tem comparativamente com outros. Afinal de contas, alguém no seu perfeito juízo considera que segurança pode ser reiteradamente posta em causa e ainda assim o turismo não se ressentir?
Para além do inaceitável aumento da insegurança dos cidadãos, o Governo devia olhar para uma questão que lhe é habitualmente tão cara: as consequências desastrosas que esse aumento da insegurança tem e pode vir a ter na economia do país.
Existe uma multiplicidade de razões que subjazem a este aumento da insegurança - tanto na percepção dos cidadãos, como a realidade dos factos o demonstra. O país mudou e com essa mudança não veio a capacidade de combater novos tipos de criminalidade, até então virtualmente desconhecidas para nós; existem problemas cuja gravidade é insofismável do ponto de vista da coesão social, as desigualdades, o desemprego e a pobreza tendem a agravar as taxas de criminalidade; mas talvez o facto que mais contribui para o aumento da insegurança seja a promoção que é feita a um sistema de impunidade.
Com efeito, a Justiça, ou por inoperância, ou por morosidade, tem-se mostrado incapaz de dar uma resposta satisfatória ao sentimento de insegurança que tem proliferado no nosso pais. Diga-se, em rigor, que as alterações ao Código do Processo Penal, designadamente as restrições à prisão preventiva, estarão intrinsecamente relacionadas com os resultados do estudo Segurança, Protecção de Dados e privacidade. Há responsáveis políticos pelo actual estado de coisas, mas a Justiça e Segurança não foram decisivas para os resultados das últimas legislativas, tal como a Educação, a Saúde ou até mesmo a economia do país não o foram.
Em suma, está-se a pôr em causa uma das maiores vantagens que o nosso país tem comparativamente com outros. Afinal de contas, alguém no seu perfeito juízo considera que segurança pode ser reiteradamente posta em causa e ainda assim o turismo não se ressentir?
Para além do inaceitável aumento da insegurança dos cidadãos, o Governo devia olhar para uma questão que lhe é habitualmente tão cara: as consequências desastrosas que esse aumento da insegurança tem e pode vir a ter na economia do país.
Comentários
Depois de ler esta frase não poderia deixar de comentar.
Primeiro, não percebo como podem se basear num estudo sobre segurança encomendado por uma empresa de segurança (eis aqui um grave problema de conflito de interesses) e depois procurarem a razão.
Segundo, o sentimento de insegurança não é apenas criado pela insegurança em si (por mais que nos custe, temos que afirmar: Portugal é um país pacífico). É sobretudo um produto de uma classe de media altamente sensacionalista (curiosamente, voltamos à famosa TVI).
Se juntarmos essa televisão a uma mania pessimista do povo português... temos a resposta ao nosso estudo (assumindo que ele não é falsificado).
E já agora, o problema mais grave na criminalidade portuguesa (a maior taxa de crescimento segundo o relatório anual de segurança interna) não é novo é até bem antiguinho: violência doméstica.
saudações,
Em segundo lugar, o aumento do sentimento de insegurança é concomitante com a realidade dos factos, ou também nega que a criminalidade violenta não só subiu como adquiriu formas nunca antes vistas no nosso país.
Somos pessimistas, tem razão. Mas isso não vejo como é que é que se pode negar o seguinte: país não estava habituado a um tipo de criminalidade amiúde organizada e violenta. E o sentimento de impunidade instalou-se.
Pode alegar fragilidades do estudo, não nego, considero apenas mais um sinal de que este não é o rumo certo.
Obrigada pelo comentário.
Tendo estudado um pouco de estatística, tenho uma tendência a procurar os erros de interpretação, conclusões abusivas ou simplesmente quando os estudos são enviesados (tal como este).
E era essa a minha maior crítica.
Fim da parte pessoal
Você diz que não vê como se pode negar que o país não estava habituado a um tipo de criminalidade amiúde organizada e violenta. E o sentimento de impunidade instalou-se. Não vou e não tenho como negar isso. Mas peço-lhe para ilustrar isso com provas tangíveis.
Contudo, concedo que a criminalidade tem vindo a crescer (estou à espera do relatório aunal de segurança interna) e é algo que me preocupa. Mas está muito longe de ser um problema grave da nossa sociedade.
E sobretudo, e desta vez espero que partilhe a opinião comigo, recuso-me a viver no medo.
Saudações cordiais,
PS: obrigado eu pelo texto e pela resposta.