As intervenções de Manuela Moura Guedes e Pinto Balsemão na Comissão de Ética no Parlamento deram mais um contributo para o aumento do desconforto que o caso Face Oculta e as escutas tem provocado. Aliás, não é exagero afirmar que o desconforto está rapidamente a transformar-se num insustentável paroxismo. A relação do primeiro-ministro com a comunicação social sempre foi difícil, todos sabíamos, mas as alegadas tentativas - reforçadas pelas declarações de directores de jornais e de jornalistas - de condicionar a comunicação social constituem um comportamento reprovável de quem tem evidentes tiques de autoritarismo.
Tudo se adensa quando não existem esclarecimentos taxativos sobre estas suspeições - o que existe é uma constante vitimização de causar náuseas. Ontem, no Parlamento, foram feitas acusações graves e numa democracia madura vai-se ao fundo das questões. Com efeito, em democracia, os representantes eleitos pelo povo soberano têm que prestar contas e esclarecimentos aos cidadãos. Infelizmente, não é isso que se passa em Portugal. Não se prestam esclarecimentos porque esta é uma questão vista como meramente de Justiça e não uma questão política, embora se deva dizer, em abono da verdade, que mesmo que fosse vista como uma questão política, os cidadãos poderiam ficar eternamente à espera desses esclarecimentos.
A classe política ainda não quis perceber que o facto de se representar os cidadãos, os mesmos necessitam de serem esclarecidos, designadamente quando se trata de um assunto como este que ensombra, novamente, o primeiro-ministro de Portugal. Na verdade, a responsabilidade é, em larga medida, nossa, dos cidadãos, que se mostram desinteressados e pouco exigentes e que permitem a proliferação de políticos de carácter duvidoso e que no alto da sua arrogância consideram que, no espírito da legitimidade democrática conferida pelo voto, não têm nada a dizer aos cidadãos.
Tudo se adensa quando não existem esclarecimentos taxativos sobre estas suspeições - o que existe é uma constante vitimização de causar náuseas. Ontem, no Parlamento, foram feitas acusações graves e numa democracia madura vai-se ao fundo das questões. Com efeito, em democracia, os representantes eleitos pelo povo soberano têm que prestar contas e esclarecimentos aos cidadãos. Infelizmente, não é isso que se passa em Portugal. Não se prestam esclarecimentos porque esta é uma questão vista como meramente de Justiça e não uma questão política, embora se deva dizer, em abono da verdade, que mesmo que fosse vista como uma questão política, os cidadãos poderiam ficar eternamente à espera desses esclarecimentos.
A classe política ainda não quis perceber que o facto de se representar os cidadãos, os mesmos necessitam de serem esclarecidos, designadamente quando se trata de um assunto como este que ensombra, novamente, o primeiro-ministro de Portugal. Na verdade, a responsabilidade é, em larga medida, nossa, dos cidadãos, que se mostram desinteressados e pouco exigentes e que permitem a proliferação de políticos de carácter duvidoso e que no alto da sua arrogância consideram que, no espírito da legitimidade democrática conferida pelo voto, não têm nada a dizer aos cidadãos.
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