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Congresso do PSD

O congresso do PSD que teve lugar em Mafra acabou por ser surpreendente no sentido em que o partido mostrou sinais de união. Recorde-se que, nos últimos anos, tem-se declarado que o Partido Social-Democrata está à beira do seu fim.

De facto, todos os candidatos mostraram sinais de querem unir o partido e as figuras do partido que discursaram no congresso fizeram fortes apelos à união do partido. Estes são bons sinais para o partido e para o país.

Outro facto a sobressair deste congresso prende-se com o estilo de cada um dos candidatos: Rangel, um excelente orador; Aguiar Branco com uma forte imagem de seriedade e Pedro Passos Coelho adoptando uma postura de maior provocação relativamente aos outros candidatos. De igual modo, Pedro Passos Coelho mostra ser o mais acutilante nas críticas ao primeiro-ministro, críticas essas que culminam com a rejeição de José Sócrates como primeiro-ministro. Passos Coelho mostra que não estará disposto a viabilizar as políticas do actual Governo.

Tudo indica que será Pedro Passos Coelho a ser o próximo líder do partido, embora em várias sondagens, Paulo Rangel esteja muito próximo de Passos Coelho. Também já se percebeu que a disputa será entre dois candidatos, e, consequentemente, Aguiar Branco não terá muitas possibilidades de vencer o partido.

O congresso do PSD deu sinais positivos para o partido e para a democracia portuguesa, designadamente sobre a união do partido. Mas no futuro próximo é preciso muito mais – é preciso um projecto alternativo para o país. Aliás, o que tem estado de fora da política portuguesa no PSD e nos outros partidos é precisamente a alternativa que é consubstanciada em ideias. O país rendeu-se ao poder da imagem; desvalorizando o poder das ideias. Deste modo, é fácil perceber que tem mais possibilidades de vencer as eleições directas marcadas para dia 26 de Março. Seria interessante que os militantes do PSD mostrassem que nem todos os portugueses se renderam ao poder da imagem.


O Congresso acabou da pior forma com a aprovação de regras em nada concomitantes com a liberdade de expressão. Uma nota positiva para os quatro candidatos à liderança do partido que se afastaram destas limitações à liberdade de expressão.

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