Numa altura em que se instalam as dúvidas e se desvanecem as certezas, importa perceber até onde esta crise nos pode levar. É claro que tudo não será mais do que uma conjectura, mas há alguns indicadores que nos permitem retirar algumas ilações. Em tom humorístico, há quem diga que o país não sente tanto a crise por uma questão de hábito. Afinal de contas, esse parece ser o nosso estado natural. Contudo, nós estamos em desvantagem no que diz respeito à estrutura produtiva.
De facto, essa é a nossa grande desvantagem. Enquanto outros países que vivem hoje em recessão técnica desenvolveram uma estrutura que lhes permitirá sair de uma outra forma da crise, Portugal continua a ter uma economia frágil, extraordinariamente dependente dos seus parceiros europeus, ainda assim, e apesar de alguns esforços, pouco exportadora e assente numa mão-de-obra pouco qualificada.
E parece que vai continuar a ser esse o caminho a seguir pelo Governo. Senão vejamos: o pacote anunciado pelo Executivo tem uma forte componente de investimento público, mas em larga medida, esse investimento será feito em grandes obras públicas. Apesar de o pacote conter medidas de apoio às empresas e medidas que potenciem um aumento das exportações, a verdade é que são as mega-obras que parecem ser o coração do pacote. Ora, nós continuamos a insistir numa receita que deixa de fora a aposta nas pessoas, em particular no que diz respeito à qualificação, à investigação e à inovação. Não deixa mesmo de ser curioso que, ao mesmo tempo que se anuncia o investimento em grandes obras públicas e o aceleramento da construção das mesmas, as universidades e politécnicos tenham dificuldades incomensuráveis para sobreviver.
O pacote certamente que terá efeitos positivos num primeiro momento: aumento de emprego, aumento de investimentos privado e a evidente animação de uma economia perto da depressão. Mas nós continuamos a adiar as medidas que estão relacionadas com a estrutura; hoje por causa da crise, amanhã, por outra razão qualquer. O que é certo é que o adiamento dessas alterações resultam invariavelmente no empobrecimento do país.
De facto, essa é a nossa grande desvantagem. Enquanto outros países que vivem hoje em recessão técnica desenvolveram uma estrutura que lhes permitirá sair de uma outra forma da crise, Portugal continua a ter uma economia frágil, extraordinariamente dependente dos seus parceiros europeus, ainda assim, e apesar de alguns esforços, pouco exportadora e assente numa mão-de-obra pouco qualificada.
E parece que vai continuar a ser esse o caminho a seguir pelo Governo. Senão vejamos: o pacote anunciado pelo Executivo tem uma forte componente de investimento público, mas em larga medida, esse investimento será feito em grandes obras públicas. Apesar de o pacote conter medidas de apoio às empresas e medidas que potenciem um aumento das exportações, a verdade é que são as mega-obras que parecem ser o coração do pacote. Ora, nós continuamos a insistir numa receita que deixa de fora a aposta nas pessoas, em particular no que diz respeito à qualificação, à investigação e à inovação. Não deixa mesmo de ser curioso que, ao mesmo tempo que se anuncia o investimento em grandes obras públicas e o aceleramento da construção das mesmas, as universidades e politécnicos tenham dificuldades incomensuráveis para sobreviver.
O pacote certamente que terá efeitos positivos num primeiro momento: aumento de emprego, aumento de investimentos privado e a evidente animação de uma economia perto da depressão. Mas nós continuamos a adiar as medidas que estão relacionadas com a estrutura; hoje por causa da crise, amanhã, por outra razão qualquer. O que é certo é que o adiamento dessas alterações resultam invariavelmente no empobrecimento do país.
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