A situação na Grécia tem vindo a piorar , depois de uma greve em que as manifestações de descontentamento nem sempre foram pacíficas. O cerne desta questão não se prende só com as razões do descontentamento, mas também e, essencialmente, com a legitimidade que a voz da rua tem para fazer cair um Governo. Ora, é difícil sustentar a ideia de que o poder da rua se pode sobrepor aos poderes democraticamente escolhidos.
Paralelamente, a sobreposição da voz da rua aos poderes eleitos constitui um mau precedente. De facto, qual será o Governo que procurará levar a cabo as reformas necessárias quando existiram outros Governos que por também por razões semelhantes cairam? Os cidadãos devem participar activamente na vida democratica, e as sociedades mais ricas são precisamente aquelas que contam com a participação activa dos seus cidadãos. Todavia, os cidadãos devem respeito às instituições democráticas. Há formas de manifestar a insatisfação que são consonantes com a democracia. De igual forma, os cidadãos pronunciam-se nos actos eleitoriais.
Além disso, outro problema se coloca: há uma enorme probabilidade da crise que o mundo vive se agudizar, com as consequências para as economias dos países. Consequentemente, o aumento do desemprego, da precariedade e das dificuldades que trazem mais descontentamento poderão ser decisivas para a escalada da violência. Não é de excluir também que noutras partes da Europa, situações do género possam eclodir.
Por muito que se enfatize a morte do adolescente de 15 anos como razão por detrás dos acontecimentos na Grécia, não é possível fazer uma análise rigorosa sobre o assunto sem abordar as questões da crise e da descrença na classe política como forma de dar resposta a esta e a outras crises.
De resto, o sentimento de descrença já se tinha instalado, mas a actual crise vai intensificar esse sentimento. Num contexto de perda acentuada de valores, o retrocesso no bem-estar social a que a crise obriga, a ideia (mesmo que errada) que os políticos só procuram resolver a crise dos grandes e dos interesses instalados são rastilhos de pólvora que não podem ser desprezados, sob pena de assistirmos a mais situações semelhantes àquela que se intensifica na Grécia.
Paralelamente, a sobreposição da voz da rua aos poderes eleitos constitui um mau precedente. De facto, qual será o Governo que procurará levar a cabo as reformas necessárias quando existiram outros Governos que por também por razões semelhantes cairam? Os cidadãos devem participar activamente na vida democratica, e as sociedades mais ricas são precisamente aquelas que contam com a participação activa dos seus cidadãos. Todavia, os cidadãos devem respeito às instituições democráticas. Há formas de manifestar a insatisfação que são consonantes com a democracia. De igual forma, os cidadãos pronunciam-se nos actos eleitoriais.
Além disso, outro problema se coloca: há uma enorme probabilidade da crise que o mundo vive se agudizar, com as consequências para as economias dos países. Consequentemente, o aumento do desemprego, da precariedade e das dificuldades que trazem mais descontentamento poderão ser decisivas para a escalada da violência. Não é de excluir também que noutras partes da Europa, situações do género possam eclodir.
Por muito que se enfatize a morte do adolescente de 15 anos como razão por detrás dos acontecimentos na Grécia, não é possível fazer uma análise rigorosa sobre o assunto sem abordar as questões da crise e da descrença na classe política como forma de dar resposta a esta e a outras crises.
De resto, o sentimento de descrença já se tinha instalado, mas a actual crise vai intensificar esse sentimento. Num contexto de perda acentuada de valores, o retrocesso no bem-estar social a que a crise obriga, a ideia (mesmo que errada) que os políticos só procuram resolver a crise dos grandes e dos interesses instalados são rastilhos de pólvora que não podem ser desprezados, sob pena de assistirmos a mais situações semelhantes àquela que se intensifica na Grécia.
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