Hoje há, entre outras greves, uma greve dos professores. O descontentamento desta classe profissional atingiu um nível provavelmente nunca visto. O impasse entre os sindicatos e o Ministério não dá sinais de abrandamento, e o país assiste a mais uma sucessão de episódios carregados de animosidade de ambas as partes, sem se vislumbrar um fim para a actual situação. Pelo meio anda um país deprimido e cansado.
De uma forma geral é díficil não compreender a posição dos professores, em particular se conseguirmos ultrapassar algumas ideias pre-concebidas que fazem escola neste país e, amiúde, certas frustrações pessoais. Nem que seja pela constante antagonização que esta classe profissional tem vindo a ser alvo nos últimos três anos, é legítimo compreender as razões que levam tantos professores a fazer greve e a protestar contra as políticas acéfalas do Governo.
Há anos que escrevo que o caminho a precorrer para melhorar a educação não passa pelo afastamento de um dos principais intervenientes do sistema educativo - os professores. Quando o desânimo dá lugar à revolta, qualquer política que vise reformar o sistema está condenada à partida, fundamentalmente quando essa revolta atinge as proporções que hoje conhecemos.
A imagem da ministra está inexoravelmente gasta, e tanto mais é assim que Maria de Lurdes Rodrigues evita aparecer, dando lugar a um dos seus inefáveis secretários de Estado. Politicamente, a ministra perdeu toda a força, deixando-se afundar na sua teimosia desvairada. O primeiro-ministro sabe que, por agora, tem de resistir, deixando provavelmente cair a ministra na próxima legislatura. De resto, a imagem de marca do Governo - e não, não me refiro à arrogância - tem vindo a desaparecer. De facto, o Governo de José Sócrates já tem muito pouco de reformista. A saída do ministro Correia de Campos é um ponto de viragem deste Governo.
Quanto aos sindicatos, não sei se a imagem dos mesmos é particularmente melhor. O secretário-geral da Fenprof não se coíbe de fazer as mais diversas aparições nos meios de comunicação social, sob o pretexto de defender veementemente os interesses dos professores. Mas o desgaste da sua imagem e o discurso intransigente não deixam espaço a grandes momentos de solidariedade e compreensão por parte dos portugueses.
Pelo meio anda o incomensurável descontentamento dos professores que não se prende apenas com o modelo de avaliação ou com o estatuto da carreira docente. A filosofia que o ministério tem para a educação, muito ao estilo "pronto-a-comer" retira qualquer resquício de esperança à classe docente numa educação com qualidade. Assim, a desmotivação está definitivamente instalada.
De uma forma geral é díficil não compreender a posição dos professores, em particular se conseguirmos ultrapassar algumas ideias pre-concebidas que fazem escola neste país e, amiúde, certas frustrações pessoais. Nem que seja pela constante antagonização que esta classe profissional tem vindo a ser alvo nos últimos três anos, é legítimo compreender as razões que levam tantos professores a fazer greve e a protestar contra as políticas acéfalas do Governo.
Há anos que escrevo que o caminho a precorrer para melhorar a educação não passa pelo afastamento de um dos principais intervenientes do sistema educativo - os professores. Quando o desânimo dá lugar à revolta, qualquer política que vise reformar o sistema está condenada à partida, fundamentalmente quando essa revolta atinge as proporções que hoje conhecemos.
A imagem da ministra está inexoravelmente gasta, e tanto mais é assim que Maria de Lurdes Rodrigues evita aparecer, dando lugar a um dos seus inefáveis secretários de Estado. Politicamente, a ministra perdeu toda a força, deixando-se afundar na sua teimosia desvairada. O primeiro-ministro sabe que, por agora, tem de resistir, deixando provavelmente cair a ministra na próxima legislatura. De resto, a imagem de marca do Governo - e não, não me refiro à arrogância - tem vindo a desaparecer. De facto, o Governo de José Sócrates já tem muito pouco de reformista. A saída do ministro Correia de Campos é um ponto de viragem deste Governo.
Quanto aos sindicatos, não sei se a imagem dos mesmos é particularmente melhor. O secretário-geral da Fenprof não se coíbe de fazer as mais diversas aparições nos meios de comunicação social, sob o pretexto de defender veementemente os interesses dos professores. Mas o desgaste da sua imagem e o discurso intransigente não deixam espaço a grandes momentos de solidariedade e compreensão por parte dos portugueses.
Pelo meio anda o incomensurável descontentamento dos professores que não se prende apenas com o modelo de avaliação ou com o estatuto da carreira docente. A filosofia que o ministério tem para a educação, muito ao estilo "pronto-a-comer" retira qualquer resquício de esperança à classe docente numa educação com qualidade. Assim, a desmotivação está definitivamente instalada.
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