Vive-se um clima de guerra na Faixa de Gaza e em Israel, guerra que se poderá intensificar nos próximos dias. Os líderes mundiais dividem-se entre aqueles que apoiam e defendem a posição de Israel e outros que criticam severamente essas mesmas posições. O problema não pode ser colocado assim de forma tão redutora.
Com efeito, Israel está a responder às constantes provocações do Hamas que domina a Faixa de Gaza, sob a forma de lançamento de rockets para território israelita. E desse ponto de vista, encontra-se na decisão israelita fundamento e legitimidade, pese embora esta decisão de atacar Gaza tenha também um contexto manifestamente político (política interna israelita).
Por outro lado, não é possível fazer fé em qualquer processo de paz enquanto o Hamas estiver na linha da frente com o apoio do povo palestiniano. A simples existência do Hamas inviabiliza a futura existência do Estado Palestiniano. Israel, independentemente do Governo que estiver à frente dos destinos do país, não vai negociar com quem patrocina o terrorismo e rejeita a existência do Estado israelita; já para não falar das relações de proximidade com o Irão. Consequentemente, o maior óbice à paz na região e à criação de um Estado palestiniano é o próprio Hamas.
Todavia, a ofensiva israelita poderá ter o efeito contrário ao pretendido: um fortalecimento do Hamas e um enfraquecimento da Autoridade Palestiniana de Mahmoud Abbas que domina a Cisjordânia. As imagens de crianças feridas ou mortas e o sofrimento espelhado no rosto de civis inocentes vai certamente revoltar e consolidar sentimentos de ódio contra o Estado hebraico e contra os EUA e contra uma Europa que reitera o seu apoio a Israel.
Assim, ao invés de se combater o Hamas, está-se a fazer precisamente o contrário, sendo praticamente certo que esta organização vai sair mais forte desta guerra, por muito paradoxal que isso possa parecer.
Todas as guerras são deploráveis, e seria preferível que Israel fizesse, de facto, uma demonstração de força, mas sem o impacto daquela que está a decorrer neste momento. Além disso, o Estado israelita tem de mostrar disponibilidade para negociar verdadeiramente a paz, apoiando os movimentos palestinianos mais moderados.O Hamas conseguiu ter legitimidade democrática e é precisamente essa a batalha a combater - criar condições para que o povo palestiniano encontre outras representações democráticas que não grupos terroristas.
Outra consideração a fazer sobre esta guerra prende-se com o Irão. De facto, Ahmadinejad, Presidente iraniano, vai retirar vantagens desta ofensiva israelita - ganhando tempo para o seu programa nuclear e vendo o mundo islâmico incendiar-se: a revolta e ódio só vão intensificar-se. É também por esta razão que a comunidade internacional tem de ter uma participação mas activa, ao invés de declarar o seu apoio incondicional a este ou àquele lado, sob pena de vermos de mais perto do que imaginamos o tal ódio, o tal incêndio.
Com efeito, Israel está a responder às constantes provocações do Hamas que domina a Faixa de Gaza, sob a forma de lançamento de rockets para território israelita. E desse ponto de vista, encontra-se na decisão israelita fundamento e legitimidade, pese embora esta decisão de atacar Gaza tenha também um contexto manifestamente político (política interna israelita).
Por outro lado, não é possível fazer fé em qualquer processo de paz enquanto o Hamas estiver na linha da frente com o apoio do povo palestiniano. A simples existência do Hamas inviabiliza a futura existência do Estado Palestiniano. Israel, independentemente do Governo que estiver à frente dos destinos do país, não vai negociar com quem patrocina o terrorismo e rejeita a existência do Estado israelita; já para não falar das relações de proximidade com o Irão. Consequentemente, o maior óbice à paz na região e à criação de um Estado palestiniano é o próprio Hamas.
Todavia, a ofensiva israelita poderá ter o efeito contrário ao pretendido: um fortalecimento do Hamas e um enfraquecimento da Autoridade Palestiniana de Mahmoud Abbas que domina a Cisjordânia. As imagens de crianças feridas ou mortas e o sofrimento espelhado no rosto de civis inocentes vai certamente revoltar e consolidar sentimentos de ódio contra o Estado hebraico e contra os EUA e contra uma Europa que reitera o seu apoio a Israel.
Assim, ao invés de se combater o Hamas, está-se a fazer precisamente o contrário, sendo praticamente certo que esta organização vai sair mais forte desta guerra, por muito paradoxal que isso possa parecer.
Todas as guerras são deploráveis, e seria preferível que Israel fizesse, de facto, uma demonstração de força, mas sem o impacto daquela que está a decorrer neste momento. Além disso, o Estado israelita tem de mostrar disponibilidade para negociar verdadeiramente a paz, apoiando os movimentos palestinianos mais moderados.O Hamas conseguiu ter legitimidade democrática e é precisamente essa a batalha a combater - criar condições para que o povo palestiniano encontre outras representações democráticas que não grupos terroristas.
Outra consideração a fazer sobre esta guerra prende-se com o Irão. De facto, Ahmadinejad, Presidente iraniano, vai retirar vantagens desta ofensiva israelita - ganhando tempo para o seu programa nuclear e vendo o mundo islâmico incendiar-se: a revolta e ódio só vão intensificar-se. É também por esta razão que a comunidade internacional tem de ter uma participação mas activa, ao invés de declarar o seu apoio incondicional a este ou àquele lado, sob pena de vermos de mais perto do que imaginamos o tal ódio, o tal incêndio.
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