Muitos, incluindo à esquerda, viram em Marcelo um aglutinador de vontades, um Presidente empenhado em fazer da união a sua marca, alguém que poderia viabilizar a chamada "geringonça". Enganaram-se. Marcelo está longe de ser o que tem sido propalado, apoiando-se num populismo baratucho disfarçado de afectos aos montes. Quanto ao episódio em que Marcelo puxa as orelhas ao Governo, incapaz de não cavalgar a desgraça dos incêndios, nem uma palavra quanto ao facto de já ter conhecimento de que a ministra da Administração Interna seria demitida, preferindo passar a ideia de que seria ele, o Presidente, a exigir essa demissão. Nem uma palavra quanto à dissimulação. Obviamente. Com Marcelo virão novas surpresas desagradáveis. Em primeiro lugar estará ele próprio, o mais amado dos amados, numa espécie de messianismo que nunca, verdadeiramente, ultrapassámos. O primeiro-ministro existe, mas na condição de estar em segundo plano; os portugueses têm de continuar a amá-lo, a si, Mar...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.