Depois
de cada tragédia envolvendo armas nos EUA, condena-se, reza-se e
agora promete-se pouco, muito pouco, sobretudo entre membros do
Partido Republicano. Naquele que é já considerado o mais mortífero
ataque dos tempos modernos envolvendo armas, condenou-se e
rezou-se. Quanto à questão central - a proliferação e facilidade
na aquisição de armas - nem uma palavra, designadamente do
Presidente americano que insistiu em puxar pela protecção divina ,
sendo que a explicação assente na doença mental repete-se até à
exaustão. E desenganem-se aqueles que eventualmente pensam que
aquele não seria o momento para se abordar a questão e que a mesma
será tratada em tempo devido. Não será, nem agora, nem tão cedo.
Sabe-se
que nas hostes do partido Republicano o direito de possuir armas não
é discutível. Trata-se afinal de um direito constitucional que se
sobrepõe à segurança pública. Repete-se: o direito constitucional
de porte de arma está acima da segurança de todos. E contra isto,
aparentemente, haverá pouco a fazer, mesmo depois da tragédia em
Las Vegas. Entre as hostes republicanas fala-se em algumas limitações
técnicas, mas o essencial mantém-se: a proliferação e fácil
aquisição de armamento.
Pelo
caminho está a poderosíssima NRA que faz da segunda emenda da
Constituição a sua própria essência, contando nas suas fileiras
com dos mais ferozes adeptos do armamento, não raras vezes,
armamento de guerra.
Hillary
Clinton veio de imediato a público chamar a atenção para a
necessidade de se controlar a proliferação e fácil aquisição de
armas. Palavras que cairão em saco roto, como caiu em saco roto boa
parte dos esforços do anterior Presidente, Barack Obama, para
resolver este problema.
Muitos
outros perecerão vítimas da fixação americana com as armas e a
solução não passará seguramente por esta Administração
caracterizada por um misto de mediocridade e radicalismo. Entretanto,
reza-se. E promete-se muito pouco.
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