Os
resultados das eleições autárquicas não foram particularmente
surpreendentes: o Partido Socialista viu a sua dimensão autárquica
aumentar. Quanto
aos restantes partidos da esquerda, os resultados terão ficado aquém
do desejado pelos mesmos.
Quanto
ao CDS o seu crescendo prende-se com a decadência do PSD. E
o CDS
apenas conseguiu chamar a si votos de quem já se apercebeu que
Passos Coelho está politicamente acabado, sem discurso, desorientado
e apostado em fazer escolhas verdadeiramente desastrosas
como terá sido o caso de Teresa Leal Coelho para a Câmara de
Lisboa.
E
o fenómeno das candidaturas independentes terá igualmente
contribuído para a perda de votos e de mandatos do PSD. Sobretudo do
PSD.
De
um modo geral, o
PSD sofreu uma derrota impossível de ignorar, cujo melhor exemplo
será precisamente o resultado do partido em Lisboa. A tal leitura
nacional que tem alimentado os pesadelos de Passos Coelho tornou-se
um imperativo, e o resultado dessa leitura será a contestação à
liderança do próprio Passos Coelho, com Rui Rio a espreitá-la, apoiado pelos "barões".
Passos
Coelho estará acabado? Provavelmente, apesar dos indefectíveis apoios
que pululam pelos
cantos
do partido. O que não quer dizer que esta seja uma boa notícia para
a “geringonça”. Afinal de contas a mediocridade e desgaste desta
liderança tornava a tarefa dos partidos da esquerda
consideravelmente mais fácil. Sem Passos Coelho no horizonte a ver
vamos o que acontece com o que Pacheco Pereira apelidou de cimento –
Passos Coelho, o cimento da “geringonça”.
Paralelamente,
os resultados de PCP (CDU) e Bloco de Esquerda não terão sido
particularmente animadores, embora esses resultados não tenham sido
forçosamente resultado da participação dos partidos na
“geringonça”, o facto é que a possibilidade será explorada
pelo que resta da direita: o CDS.
Comentários