Considerado
um "catch all party", o partido que pretende chegar a
todos, numa tradução particularmente livre, o PSD prepara-se para
uma nova liderança, sendo que um dos candidatos - Pedro Santana
Lopes - promete uma clarificação do partido. Não se sabe se essa
será uma clarificação também ela de natureza ideológica, mas se
for, em que espaço ideológico ficará o PSD? Continuará na senda
do neoliberalismo, caminho percorrido, com especial, prazer por Pedro
Passos Coelho? E o que será feito dos herdeiros do ainda Presidente
do partido?
Rui
Rio, aparentemente, ainda terá a social-democracia na cabeça, o
mesmo não se passará com Pedro Santana Lopes que dificilmente
resistirá ao populismo que lhe é inerente e, consequentemente,
apelará ao séquito de Passos Coelho com as políticas de
centro-direita, a resvalar para o misto de neoliberalismo e
mediocridade a que Passos Coelho nos habitou.
Pese
embora um certo falhanço do neoliberalismo na Europa, a verdade é
que ele, um pouco menos visível, continua a ser a escola de eleição
de parte dos políticos europeus. O neoliberalismo continua vivo e
bem vivo e se for esse o caminho a ser seguido para se chegar à
liderança do PSD, Santana Lopes, não hesitará.
Não
se pense que a orfandade resultante da saída de Passos Coelho
esmorecerá. Muito pelo contrário, é sobretudo entre os jovens que
o misto de neoliberalismo e mediocridade faz tanto sucesso e quem
quiser ganhar o partido terá que apelar a este vasto conjunto de
militantes.
Qualquer
clarificação será também nesse sentido, nem que seja
internamente, até porque, para já, é só mesmo isso que interessa.
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