Aí
está o famigerado artigo 155 da Constituição espanhola, finalmente
evocado por Mariano Rajoy. Quer isto dizer que se suspende a
autonomia da região da Catalunha e governa-se a partir de Madrid.
Ora
e apesar das pretensas ilegalidades cometidas pela Generalitat e
profusamente evocadas por Rajoy, a verdade é que a aplicação do
artigo 155 da Constituição espanhola pressupõe o enfraquecimento
da democracia, não serão os representantes eleitos para governar a
região a tomar decisões, mas sim o poder central. Indiscutivelmente
assiste-se a uma perda de soberania.
O
resultado da suspensão da autonomia anula também qualquer espécie
de diálogo e espera-se assim uma maior pressão por parte dos
independentistas. Espera-se em consequência, uma declaração formal
e inequívoca de independência.
Está
em jogo a autonomia, a monarquia, e agora, mais do que nunca, a
própria legítimas aspirações democráticas dos Catalães.
Rajoy
espera dobrar os independentistas, através, num primeiro momento, da
repressão, e agora através da anulação da autonomia e das
aspirações soberanistas.
Rajoy
escolheu o pior caminho – o da confrontação, o da força,
recusando o diálogo num gesto contrário à democracia. Hoje fala-se
de Franco e, com efeito, as semelhanças começam a vir à
superfície.
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