Tratou-se
de uma entrevista que se centrou nas questões nacionais, ignorando,
infelizmente, as questões externas. Ainda assim, o mais importante
da entrevista prende-se com a ideia da estabilidade. Marcelo Rebelo
de Sousa foi muito claro: a estabilidade quer do governo, quer da
oposição, são de uma importância indiscutível para o Presidente
da República.
Na
curta entrevista percebeu-se claramente que Marcelo está longe de
querer colocar dificuldades à actual solução política, pelo
contrário, segundo o mesmo o Governo e o líder da oposição devem
durar uma legislatura.
Passos
Coelho até poderia ficar satisfeito aquilo que parece ser um desejo
do Presidente - que se mantenha como líder da oposição até ao
final da legislatura. Contudo, Marcelo foi também muito claro no que
diz respeito às suas intenções em relação ao actual Executivo,
ao excluir qualquer foco de instabilidade. O que resulta na
manutenção da actual configuração política: O Governo do PS,
coadjuvado por PCP, BE e Verdes, e Passos Coelho naquela posição
que tanto desconforto lhe causa - o de líder da oposição.
E
é isto: Passos Coelho continua sem poder conter com uma ajudinha de
Belém, como era apanágio nos tempos de Cavaco Silva. Os melhores
dias tardam em chegar.
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