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Brincar com o fogo

Não será difícil perceber que nos próximos anos Trump irá brincar demasiadas vezes com o fogo, aliás, essas brincadeiras serão, como já está a ser, a marca da sua Administração. Poucos dias depois da tomada de posse, esta Administração fez saber ser sua intenção mudar a embaixada americana em Israel para Jerusalém que, como se sabe, é uma cidade dividida e disputada desde 1948.
Ainda antes de tomar posse, Donald Trump já tinha informado ser favorável à construção de novos colonatos, à revelia das próprias Nações Unidas. 
O resultado destes novos posicionamentos é preocupante, senão vejamos: o Médio-Oriente tem sido assolado por guerras e focos de instabilidade de que Síria e Iraque (e Afeganistão, se falarmos no grande Médio-Oriente) são exemplos. A região israelo-palestiniana tem, por seu lado, passado por um período de relativa acalmia - dentro daquilo que é possível na região. Ora, Trump decide, também neste particular, brincar com o fogo. De resto, o que o Médio-Oriente mais precisa é do reacender do conflito israelo-palestiniano. Aparentemente, a Administração Trump terá entretanto informado que a mudança da embaixada - com o seu óbvio significado geo-político - não será no imediato. Mas ficou a ideia e a prova de Trump tem tudo para cometer os erros mais abomináveis.

Trump brinca com o fogo, num jogo de prepotência que, ao contrário de um mero reality show, tem tudo para correr mal - para todos.

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