As palavras de Pedro Passos Coelho na entrevista à TVI continuam a fazer eco, designadamente no que diz respeito à educação. O primeiro-ministro deixou no ar a possibilidade da educação, pelo menos em alguns graus de ensino, deixar de ter um carácter gratuito, referindo-se Passos Coelho à margem na Constituição, comparativamente com a área da Saúde, o que permitiria alterações nestas funções sociais. Ora, embora o ministério da Educação tenha vindo a terreiro contrariar as palavras de Passos Coelho, a verdade é que a mera possibilidade de se colocar um fim na gratuitidade do ensino (ideologicamente não se pode ignorar a coerência da medida) deu origem a um vasto coro de críticas. Portugal retrocede diariamente e o fim da gratuitidade na educação, ficando por saber até que grau de ensino haveria então obrigatoriedade, é mais um passo atrás. Não me parece excessivo repetir as intenções deste Governo, a coberto da famigerada crise cuja origem entretanto todos esquecemos: o ...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.