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Segunda parte

Começamos a assistir à segunda parte do assalto congeminado pelo actual Executivo e pela Troika: o Estado. A reforma "ambiciosa" do Estado; a refundação. Ora, já se percebeu onde é que essa reforma vai incidir; já se percebeu o que vai acontecer ao Estado Social.
A reforma do Estado não é por si só uma ideia infeliz, pelo contrário. De facto, todos concordamos que o Estado é ineficiente, conspurcado pelo compadrio e por várias outras formas de corrupção, entregue à voracidade de Governos que o utilizam para os seus fins.
Mesmo em relação ao Estado Social, poder-se-á afirmar, sem grande contestação, que há margem significativa para fazer melhor. Não será este o objectivo do Governo que passa antes por cortes incomensuráveis nos pilares do Estado Social, e o seu subsequente enfraquecimento para que o sector privado possa entrar nesses sectores sem causar grande celeuma. Noutros casos, empresas privadas entrarão já para substituir funções outrora atribuídas ao Estado.
Não se trata de uma reforma, mas de um aniquilamento. É desse aniquilamento que é constituída a segunda parte do assalto.
 

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