O Governo insiste na necessidade de eliminar alguns feriados do calendário, em nome da crise, em nome da necessidade do país ser mais competitivo, em nome da ideologia escamoteada e seguida cegamente por quem dirige os destinos do país. Assim, no próximo ano feriados que comemoram a Restauração da Independência e a Implantação da República, por exemplo, serão suprimidos. O Governo afirma que as datas serão comemoradas, o que deixa de existir são dias de descanso. À par destas medidas bacocas, surgem estudos que indicam os custos que o país perde com os feriados. Estudos e mais estudos para mostrar o quanto Portugal é pouco competitivo quando para para comemorar as suas datas históricas ou datas religiosas. A falta de competitividade do país dá pano para mangas e permite que todas as medidas sejam adoptadas, num clima de crise, sem que se questione particularmente a eficácia dessas mesmas medidas. Para o Governo de Passos Coelho, a supressão de feriados insere-se na visão q...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.