"Se o plano de resgate a Portugal falhar, a culpa é da esquerda". A frase tem dono, pertence ao inefável ministro das Finanças. A ideia parece ser a de que a esquerda com as suas inquietações sobre o plano de resgate, sobre a austeridade subjacente a esse plano e com a argumentação que esse mesmo plano falhará é responsável pelo descalabro económico e financeiro que se avizinha.
A frase de tão descabida nem deveria merecer comentários, ainda assim presto-me a este exercício de inutilidade. Segundo a lógica do ministro, tudo correrá bem se existir um consenso não alargado, mas total. Será essa convergência que fará toda a diferença relativamente a um plano que coloca dívida em cima de dívida e que se baseia na aplicação de medidas de austeridade que matam a economia.
É caso para perguntar ao ministro se a culpa da crise que se abateu sobre o mundo em 2008 também é culpa da esquerda. E será que toda a perpetuação dos males que levaram a essa crise também será culpa da esquerda? A aplicação de políticas neoliberais que são a causa da crise, crise essa que teve um impacto significativo nas contas públicas do país, também são responsabilidade da esquerda? O inevitável falhanço da austeridade que subjaz ao plano de resgate, o atraso estrutural da nossa economia e a impossibilidade de se combater esse atraso também são responsabilidades a serem imputadas à esquerda? A cegueira ideológica que o leva a ir mais longe no assassinato da economia é igualmente culpa da esquerda? A trovoada que se abateu sobre Lisboa esta semana foi desencadeada pela esquerda?
A responsabilidade da esquerda, em particular dos partidos socialistas na Europa e nos partidos de inspiração social-democrática (que não o PSD actual) prende-se com a incapacidade de lutar por um sistema mais equitativo, regrando o desvario daqueles que acreditam piamente nos mercados livres. Essa é a grande responsabilidade da esquerda. O ministro terá certamente dificuldades em perceber esse falhanço da esquerda, para ele o falhanço é outro - é o de não seguir caninamente a ideologia neoclássica do Sr. ministro.
Concluo reiterando que a resposta ao ministro é um exercício de inutilidade. Ainda assim, tenho a convicção de que estes responsáveis políticos vão ficar na história económica pelas piores razões. Talvez essa também seja uma responsabilidade da esquerda.
A frase de tão descabida nem deveria merecer comentários, ainda assim presto-me a este exercício de inutilidade. Segundo a lógica do ministro, tudo correrá bem se existir um consenso não alargado, mas total. Será essa convergência que fará toda a diferença relativamente a um plano que coloca dívida em cima de dívida e que se baseia na aplicação de medidas de austeridade que matam a economia.
É caso para perguntar ao ministro se a culpa da crise que se abateu sobre o mundo em 2008 também é culpa da esquerda. E será que toda a perpetuação dos males que levaram a essa crise também será culpa da esquerda? A aplicação de políticas neoliberais que são a causa da crise, crise essa que teve um impacto significativo nas contas públicas do país, também são responsabilidade da esquerda? O inevitável falhanço da austeridade que subjaz ao plano de resgate, o atraso estrutural da nossa economia e a impossibilidade de se combater esse atraso também são responsabilidades a serem imputadas à esquerda? A cegueira ideológica que o leva a ir mais longe no assassinato da economia é igualmente culpa da esquerda? A trovoada que se abateu sobre Lisboa esta semana foi desencadeada pela esquerda?
A responsabilidade da esquerda, em particular dos partidos socialistas na Europa e nos partidos de inspiração social-democrática (que não o PSD actual) prende-se com a incapacidade de lutar por um sistema mais equitativo, regrando o desvario daqueles que acreditam piamente nos mercados livres. Essa é a grande responsabilidade da esquerda. O ministro terá certamente dificuldades em perceber esse falhanço da esquerda, para ele o falhanço é outro - é o de não seguir caninamente a ideologia neoclássica do Sr. ministro.
Concluo reiterando que a resposta ao ministro é um exercício de inutilidade. Ainda assim, tenho a convicção de que estes responsáveis políticos vão ficar na história económica pelas piores razões. Talvez essa também seja uma responsabilidade da esquerda.
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