Aproximam-se as eleições para o Parlamento Europeu e o interesse dos cidadãos reduz-se ao mínimo. Os vários partidos políticos esgrimam argumentos tentando simultaneamente fazer passar as suas mensagens e convencer o eleitorado da importância da Europa. Todavia, não deixa de ser curioso verificar que alguns que, num passado recente, defenderam veementemente a aprovação do Tratado de Lisboa por via parlamentar - recusando assim o referendo -, e com o argumento que esse tratado colocava aos cidadãos dificuldades de compreensão inultrapassáveis (passando inadvertidamente ou não um atestado de menoridade aos cidadãos), venham agora falar da importância da participação dos eleitores. A aprovação do Tratado de Lisboa por via parlamentar tem toda a legitimidade, mas a rejeição imediata do referendo recorrendo a linha de argumentação sustentada no menosprezo pelos cidadãos acabou por encerrar a questão (pelo menos no nosso país), sem que houvesse lugar a uma discussão profícua sobre o Tratado ...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.