O regime norte-coreano continua a sua política de provocação, desta vez com o anúncio do abandono das negociações sobre o nuclear, sublinhando a sua intenção de reactivar instalações nucleares. Esta provocação surge como resposta à condenação da ONU a propósito do lançamento de um foguetão que, segundo as autoridades norte-coreanas, tinha objectivos legítimos, isto apesar de constituir uma clara violação da resolução 1718 das Nações Unidas.
Importa sublinhar que este regime, à semelhança de outros regimes ditatoriais, necessita de ostensivas manifestações de força, nem que seja para consumo interno. Assim, há a tendência para eleger inimigos externos e incitar a população a reunir-se em torno de valores nacionais e em torno da grandeza do regime. No caso particular, o "querido líder" - homem esclarecido e providencial, aos olhos do regime - está apenas a insurgir-se contra os inimigos (comunidade internacional) e a lutar pela grandeza da Coreia do Norte.
O grande problema de Kim Il-Jong é a sua dependência relativamente a essa mesma comunidade internacional e o enfraquecimento da sua relação com a China. A Coreia do Norte tem um vasto rol de necessidades às quais o regime não consegue dar resposta, sucumbindo assim à dependência de países estrangeiros, em particular no que diz respeito a bens de primeira necessidade. A sua relação com a China, por sua vez, é em larga medida geoestratégica. Infelizmente para Pyongyang a China mostra-se cada vez mais distante do regime de KimIl-Jong. É que ao passo que a China mudou e adaptou-se, a Coreia do Norte continua atada ao passado, isolada do mundo e agarrada ao culto da personalidade de um líder envelhecido, doente e por vezes que não esconde os seus laivos de excentricidade a raiar o ridículo.
De facto, tem sido a complacência da China a permitir que o regime norte-coreano tenha por diversas vezes testado a paciência da comunidade internacional sem que por isso tenha sofrido as consequências. Este apadrinhamento chinês que outrora teve uma forte sustentação ideológica, tem vindo paulatinamente a esmorecer. A abertura da China, as ligações cada vez mais próximas com os Estados Unidos e uma espécie de dependência económica entre os dois países, leva o regime chinês a rever as suas prioridades.
Consequentemente, estas manifestações de força da Coreia do Norte fazem lembrar um pouco a história do miúdo embirrento que sempre contou com a protecção de um outro miúdo mais forte, mas que agora se vê numa posição de gradual isolamento. Ainda assim aspira a manutenção do status quo, pese embora já não possa contar, de forma tão contundente, com o outro miúdo que, entretanto cresceu, e estreitou novas relações que lhe permitam salvaguardar os seus próprios interesses. De qualquer forma, não se deve subestimar um país governado por alguém que se auto-intitula "querido líder", que informa o mundo que o objectivo do satélite que enviou é a propagação de músicas a exultar o regime e o tal "querido "líder" e que desafia permanentemente a comunidade internacional com a sua capacidade bélica e nuclear.
Importa sublinhar que este regime, à semelhança de outros regimes ditatoriais, necessita de ostensivas manifestações de força, nem que seja para consumo interno. Assim, há a tendência para eleger inimigos externos e incitar a população a reunir-se em torno de valores nacionais e em torno da grandeza do regime. No caso particular, o "querido líder" - homem esclarecido e providencial, aos olhos do regime - está apenas a insurgir-se contra os inimigos (comunidade internacional) e a lutar pela grandeza da Coreia do Norte.
O grande problema de Kim Il-Jong é a sua dependência relativamente a essa mesma comunidade internacional e o enfraquecimento da sua relação com a China. A Coreia do Norte tem um vasto rol de necessidades às quais o regime não consegue dar resposta, sucumbindo assim à dependência de países estrangeiros, em particular no que diz respeito a bens de primeira necessidade. A sua relação com a China, por sua vez, é em larga medida geoestratégica. Infelizmente para Pyongyang a China mostra-se cada vez mais distante do regime de KimIl-Jong. É que ao passo que a China mudou e adaptou-se, a Coreia do Norte continua atada ao passado, isolada do mundo e agarrada ao culto da personalidade de um líder envelhecido, doente e por vezes que não esconde os seus laivos de excentricidade a raiar o ridículo.
De facto, tem sido a complacência da China a permitir que o regime norte-coreano tenha por diversas vezes testado a paciência da comunidade internacional sem que por isso tenha sofrido as consequências. Este apadrinhamento chinês que outrora teve uma forte sustentação ideológica, tem vindo paulatinamente a esmorecer. A abertura da China, as ligações cada vez mais próximas com os Estados Unidos e uma espécie de dependência económica entre os dois países, leva o regime chinês a rever as suas prioridades.
Consequentemente, estas manifestações de força da Coreia do Norte fazem lembrar um pouco a história do miúdo embirrento que sempre contou com a protecção de um outro miúdo mais forte, mas que agora se vê numa posição de gradual isolamento. Ainda assim aspira a manutenção do status quo, pese embora já não possa contar, de forma tão contundente, com o outro miúdo que, entretanto cresceu, e estreitou novas relações que lhe permitam salvaguardar os seus próprios interesses. De qualquer forma, não se deve subestimar um país governado por alguém que se auto-intitula "querido líder", que informa o mundo que o objectivo do satélite que enviou é a propagação de músicas a exultar o regime e o tal "querido "líder" e que desafia permanentemente a comunidade internacional com a sua capacidade bélica e nuclear.
Mais in Público online: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1374144&idCanal=11
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