Avançar para o conteúdo principal

Berlusconi no seu melhor

Silvio Berlusconi voltou a dar um ar da sua graça num momento difícil para os italianos. Desta vez o primeiro-ministro italiano sugere aos italianos que encarem a situação como se estivessem a passar "um fim-de-semana num parque de campismo". Relembre-se que Silvio Berlusconi tem um vasto currículo de frases polémicas, quer em relação à política interna, quer em relação à política externa. Todavia, o contexto no qual o primeiro-ministro italiano proferiu esta frase polémica é particularmente difícil para os italianos. Depois do sismo que deixou a cidade de L'Aquila devastada e quando ainda se contabiliza o número de vítimas, o primeiro-ministro italiano não mediu, como parece ser habitual, o impacto das suas palavras.

Dir-se-á que o primeiro-ministro italiano tentou acalmar os seus cidadãos, dando um toque mais suave ao seu discurso. Mas não deixa de ser incrível que nem perante uma tragédia,o primeiro-ministro italiano faça uma selecção daquilo que vai dizer. Silvio Berlusconi não se coíbe de cair no ridículo, mas desta vez foi longe de mais, demonstrando até alguma insensibilidade perante uma tragédia de dimensões assustadoras.

As democracias têm destas coisas, a escolha é do povo e, por conseguinte, o primeiro-ministro italiano, critique-se ou não o seu comportamento, tem a legitimidade do voto popular. Não deixamos, porém, de pensar o quão erradas podem ser essas mesmas escolhas.

Notícia Público online: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1373274&idCanal=11

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa