A cimeira do G20, que tem lugar em Londres a partir de amanhã, já está a ficar marcada por acesas manifestações de descontentamento ainda antes de começar. Apesar das cimeiras desta natureza serem invariavelmente marcadas pela contestação, o contexto mudou. De facto, não se trata apenas de manifestações lideradas por grupos antiglobalização, com uma indisfarçável agenda política. Não, desta vez são os cidadãos comuns que se sentem alvo de uma burla de dimensões globais que se manifestam, sendo que algumas dessas manifestações estão a tomar proporções preocupantes.
A cimeira dos G20 não tem muitas alternativas que não passem por caminhos para resolver, ou pelo menos atenuar, os efeitos dramáticos da crise. A cimeira, ainda antes de começar, já está a ser marcada por alguns desentendimentos entre os EUA/Reino Unido e o eixo Franco-Alemão, o que só por si pressagia um péssimo começo para a cimeira. Espera-se que o tom conciliatório de Obama e de Brown consiga produzir alguns frutos - esta uma daquelas situações em que a concertação de esforços é essencial.
O problema do desemprego é, indubitavelmente, um dos elementos centrais desta cimeira. É claro que a tão apregoada (ontem diabolizada) regulação e o combate ao proteccionismo são indissociáveis da criação de emprego, mas é o desemprego que está a atingir proporções verdadeiramente dramáticas que necessita de uma resposta global e urgente. Caso contrário, situações de desordem, de desrespeito pela lei e pela ordem tornar-se-ão cada vez mais vulgares. Aliás, não é por acaso que são cada vez mais recorrentes as situações de conflitualidade, hoje no Reino Unido e em França mas cuja tendência é de manifesto alastramento.
Desta forma, a cimeira dos G20 é talvez a grande oportunidade para um entendimento global sobre as respostas para a crise, daí a importância desta reunião. Espera-se que a sensatez dos líderes prevaleça no sentido de se procurar convergências ao invés do contrário. A crise financeira que se alastrou para as economias reais está agora a afectar de forma inexorável a própria coesão social. Hoje, no Reino Unido, declara-se o "dia das mentiras dos bancos" e invade-se instituções bancárias, hoje sequestra-se os patrões de uma empresa, e amanhã? Qual vai ser o recurso de quem já perdeu tudo?
Público online: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1372018&idCanal=11
A cimeira dos G20 não tem muitas alternativas que não passem por caminhos para resolver, ou pelo menos atenuar, os efeitos dramáticos da crise. A cimeira, ainda antes de começar, já está a ser marcada por alguns desentendimentos entre os EUA/Reino Unido e o eixo Franco-Alemão, o que só por si pressagia um péssimo começo para a cimeira. Espera-se que o tom conciliatório de Obama e de Brown consiga produzir alguns frutos - esta uma daquelas situações em que a concertação de esforços é essencial.
O problema do desemprego é, indubitavelmente, um dos elementos centrais desta cimeira. É claro que a tão apregoada (ontem diabolizada) regulação e o combate ao proteccionismo são indissociáveis da criação de emprego, mas é o desemprego que está a atingir proporções verdadeiramente dramáticas que necessita de uma resposta global e urgente. Caso contrário, situações de desordem, de desrespeito pela lei e pela ordem tornar-se-ão cada vez mais vulgares. Aliás, não é por acaso que são cada vez mais recorrentes as situações de conflitualidade, hoje no Reino Unido e em França mas cuja tendência é de manifesto alastramento.
Desta forma, a cimeira dos G20 é talvez a grande oportunidade para um entendimento global sobre as respostas para a crise, daí a importância desta reunião. Espera-se que a sensatez dos líderes prevaleça no sentido de se procurar convergências ao invés do contrário. A crise financeira que se alastrou para as economias reais está agora a afectar de forma inexorável a própria coesão social. Hoje, no Reino Unido, declara-se o "dia das mentiras dos bancos" e invade-se instituções bancárias, hoje sequestra-se os patrões de uma empresa, e amanhã? Qual vai ser o recurso de quem já perdeu tudo?
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