As previsões do Banco de Portugal (BdP) apontam para um período extenso de recessão, não se prevendo melhorias significativas até 2010. Por outro lado, e num registo mais animador, o BdP enuncia alguns aumentos no rendimento disponível das famílias, pelo menos daquelas que conseguirem manter os seus postos de trabalho. Esses aumentos são consequência de uma baixa da inflação e de uma redução progressiva das taxas de juro.
As previsões do BdP deixam cair por terra todas as ilusões criadas pelo Governo de José Sócrates que demorou muito tempo a admitir que a situação económica era manifestamente difícil. E mesmo que o Chefe de Governo pretendesse manter algum optimismo, isso não inviabiliza a tomada de consciência da realidade. Tomada de consciência essa que é fundamental para nos preparamos para o futuro.
Quanto ao ano que agora se inicia, as previsões são de facto pessimistas. O maior problema - e pelo menos quanto a isto já há consensos - é, indubitavelmente, o emprego. Seria irrealista pensar que o desemprego se iria manter ao mesmo nível do ano passado, mas o Governo, também neste aspecto, enveredou pelo caminho das ilusões. Paralelmente, a nota positiva quanto à subida do rendimento disponível das famílias resulta de uma conjuntura que é, em muitos aspectos, inaudita e em nada está relacionada com a acção do Governo.
No que diz respeito às estratégias adoptadas pelo actual Executivo no sentido de debelar os efeitos da crise, há a apontar possíveis falhanços e erros visíveis. A aposta no investimento público parece cingir-se apenas às grandes obras públicas, não se antevendo um projecto nacional de investimento no sector produtivo. Alguns economistas mostram-se mais favoráveis ao desenvolvimento de uma multiplicidade de obras de menor dimensão - essas sim que amiúde têm impacto real no quotidiano dos cidadãos -, conjunto de obras que teriam um custo inferior àquilo que se pretende construir. Além disso, o endividamento do país, que resultará também da construção de grandes obras, não parece ser um preocupação do actual Governo.
E finalmente importa referir que qualquer ideia de redução da carga fiscal é sacrilégio neste país. A mera ideia de uma redução de impostos parece nem sequer ser tópico de conversa. Isto apesar de uma redução de impostos ser um instrumento tão válido quanto qualquer outro para combater os efeitos da crise. Estamos cá para ver as empresas sem capacidade para recorrerem ao crédito, asfixiadas por uma carga fiscal apesar de tudo elevada, a cortarem nos postos de trabalho, contribuindo para engrossar a cada vez maior lista de desempregados do país.
As previsões do BdP deixam cair por terra todas as ilusões criadas pelo Governo de José Sócrates que demorou muito tempo a admitir que a situação económica era manifestamente difícil. E mesmo que o Chefe de Governo pretendesse manter algum optimismo, isso não inviabiliza a tomada de consciência da realidade. Tomada de consciência essa que é fundamental para nos preparamos para o futuro.
Quanto ao ano que agora se inicia, as previsões são de facto pessimistas. O maior problema - e pelo menos quanto a isto já há consensos - é, indubitavelmente, o emprego. Seria irrealista pensar que o desemprego se iria manter ao mesmo nível do ano passado, mas o Governo, também neste aspecto, enveredou pelo caminho das ilusões. Paralelmente, a nota positiva quanto à subida do rendimento disponível das famílias resulta de uma conjuntura que é, em muitos aspectos, inaudita e em nada está relacionada com a acção do Governo.
No que diz respeito às estratégias adoptadas pelo actual Executivo no sentido de debelar os efeitos da crise, há a apontar possíveis falhanços e erros visíveis. A aposta no investimento público parece cingir-se apenas às grandes obras públicas, não se antevendo um projecto nacional de investimento no sector produtivo. Alguns economistas mostram-se mais favoráveis ao desenvolvimento de uma multiplicidade de obras de menor dimensão - essas sim que amiúde têm impacto real no quotidiano dos cidadãos -, conjunto de obras que teriam um custo inferior àquilo que se pretende construir. Além disso, o endividamento do país, que resultará também da construção de grandes obras, não parece ser um preocupação do actual Governo.
E finalmente importa referir que qualquer ideia de redução da carga fiscal é sacrilégio neste país. A mera ideia de uma redução de impostos parece nem sequer ser tópico de conversa. Isto apesar de uma redução de impostos ser um instrumento tão válido quanto qualquer outro para combater os efeitos da crise. Estamos cá para ver as empresas sem capacidade para recorrerem ao crédito, asfixiadas por uma carga fiscal apesar de tudo elevada, a cortarem nos postos de trabalho, contribuindo para engrossar a cada vez maior lista de desempregados do país.
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