O primeiro-ministro tem tido uma relação muito peculiar com a crise. Quando a mesma começou a dar os seus primeiros sinais, José Sócrates foi exímio na tarefa de desvalorização, posteriormente adoptou uma postura mais contida, não deixando, contudo, de manifestar o seu relativo optimismo perante os impactos da crise. Hoje, a postura do primeiro-ministro mudou: já admite cenários mais complexos, como o de uma recessão e não esconde as enormes desafios com que o país se depara.
A admissão de um cenário de recessão foi dado numa entrevista televisiva. Lamenta-se, porém, alguma demora, em particular no princípio do ano de 2008 quando o subprime já era uma realidade incontornável, do Executivo em reconhecer a gravidade da situação. Além disso, o último Orçamento de Estado pautou-se pelo irrealismo, transformando uma rectificação numa inevitabilidade.
É claro que se exige do primeiro-ministro algum optimismo, mas também alguma contenção nesse optimismo, e, fundamentalmente muito realismo. Num primeiro momento a desvalorização dos primeiros sinais da crise deram jeito a um Executivo cuja popularidade sobrevive graças à inexistência de alternativas; hoje, e perante a dimensão da crise internacional, o Governo utiliza a mesma como justificação para tudo. Actualmente tudo é justificado com a crise, retirando grande parte do ónus da responsabilidade à acção do Executivo.
José Sócrates tem uma característica essencial em politica: uma notável capacidade de adaptação aos diferentes cenários que surgem. É exactamente isso que se está a passar com a crise. Hoje a situação internacional escamotea a nacional - a crise que já perdurava no nosso país - o que, em larga medida, dá jeito a um primeiro-ministro à beira de eleições.
Todavia, a amplitude da crise é ainda desconhecida. Se as consequências de uma crise que começou no sector financeiro e alastrou até às economias reais forem demasiado onerosas, pode haver uma factura a pagar, e essa factura pode ser paga, em parte, pelo actual Executivo. Em síntese, o discurso em que tudo é justificado com a crise tem perna curta, e poderá perder o seu efeito com o agravar da difícil situação económica mundial e, naturalmente, nacional.
A admissão de um cenário de recessão foi dado numa entrevista televisiva. Lamenta-se, porém, alguma demora, em particular no princípio do ano de 2008 quando o subprime já era uma realidade incontornável, do Executivo em reconhecer a gravidade da situação. Além disso, o último Orçamento de Estado pautou-se pelo irrealismo, transformando uma rectificação numa inevitabilidade.
É claro que se exige do primeiro-ministro algum optimismo, mas também alguma contenção nesse optimismo, e, fundamentalmente muito realismo. Num primeiro momento a desvalorização dos primeiros sinais da crise deram jeito a um Executivo cuja popularidade sobrevive graças à inexistência de alternativas; hoje, e perante a dimensão da crise internacional, o Governo utiliza a mesma como justificação para tudo. Actualmente tudo é justificado com a crise, retirando grande parte do ónus da responsabilidade à acção do Executivo.
José Sócrates tem uma característica essencial em politica: uma notável capacidade de adaptação aos diferentes cenários que surgem. É exactamente isso que se está a passar com a crise. Hoje a situação internacional escamotea a nacional - a crise que já perdurava no nosso país - o que, em larga medida, dá jeito a um primeiro-ministro à beira de eleições.
Todavia, a amplitude da crise é ainda desconhecida. Se as consequências de uma crise que começou no sector financeiro e alastrou até às economias reais forem demasiado onerosas, pode haver uma factura a pagar, e essa factura pode ser paga, em parte, pelo actual Executivo. Em síntese, o discurso em que tudo é justificado com a crise tem perna curta, e poderá perder o seu efeito com o agravar da difícil situação económica mundial e, naturalmente, nacional.
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