Ainda não tinha acontecido, verdadeiramente, mas a natureza do PS lá acabou por vir ao de cima, precisamente no dia da votação do Orçamento de Estado para 2018. Os secretários de Estado do Governo negociaram com o Bloco de Esquerda uma taxa que recairia sobre as renováveis. E estava tudo muito bem até os deputados do Bloco serem apanhados de surpresa em plena votação para o OE. As justificações para esta quebra de confiança já começaram a surgir: uma indica que a medida afastaria investimento internacional - é que aparentemente os que investem nas renováveis também compram dívida portuguesa; outra justificação é de ordem jurídica e defende a tese de que o país acabaria nos tribunais internacionais com poucas hipóteses de vencer. Ou seja, Portugal não pode aplicar medidas justas e que teriam impacto na vida dos seus cidadãos, sob pena de afugentar o dinheiro dos investidores ou de acabar a perder nos tribunais - formas de chantagem profusamente usadas. Mesmo considerando estes aleg...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.