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Estes criminosos tão ameaçadores

Carles Puigdemont fica, para já, em liberdade condicional, isto também para já, é responsabilidade da justiça belga . Todavia, a julgar pelo aparato mediático e sobretudo pela ânsia espanhola em detê-lo, estamos perante um dos mais perigosos criminosos na Europa. Muito mais perigoso, por exemplo, do que os corruptos que pululam pelo PP espanhol.
Puigdemont não tardará a ser m preso político na precisamente medida em que procurou implementar as medidas que foram sufragadas em eleições democráticas e que resultaram numa vitória dos partidos independentistas. E tanto mais terá sido assim que esses partidos, cujas ideologias vão desde a esquerda mais à esquerda até ao centro direita, entenderam-se em torno da questão da independência. Não seria mais fácil proibir partidos com tendências separatistas do que assistir a esta farsa? Prender por razões políticas, por muito que se alegue o contrário, Puigdemont e outros que estão presos por razões políticas – por terem respeitado a vontade do povo que os elegeu – ou proibir partidos pela sua natureza independentista são actos à margem da democracia.
Paralelamente, perante a existência de presos políticos e de outros que para lá caminham, cresce o sentimento de revolta, e Rajoy sabe tanto disso como saberá que nada se construirá em cima dessa revolta.

Puigdemont, em entrevista concedida a uma televisão belga, deixa no ar uma das questões cuja resposta será mais premente: e se os partidos pró-independência vencerem as próximas eleições marcadas pelo Estado espanhol, como se comportará o Governo central? Vai respeitar esses resultados? Creio que não respeitará, preferindo alimentar a farsa e o sentimento crescente de revolta. 

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