A prisão de José Sócrates permite, entre outras coisas, um aliviar da pressão sobre o Governo que assim conhece um período de paz paradoxalmente num momento conturbado da vida democrática portuguesa. Para além dos casos de justiça que envolvem dirigentes nomeados pelo PSD, incluindo o ex-director do SEF e do Instituto dos Registos e Notariado, as políticas que afundam o país, nas quais se inclui um Orçamento de Estado desastroso, caem no esquecimento. Todas as atenções estão centradas em José Sócrates; a novela está para durar e os problemas do país ficam relegados para um segundo plano. Em bom rigor, o assunto Sócrates deveria estar encerrado; o assunto diz respeito à Justiça e aos os principais intervenientes no processo. E tanto mais é assim que a comunicação social, na ausência de informação e de bom senso, debruça-se sobre refeições, espaço de cela, duches e hipotéticas leituras. Deste modo, o Governo sossega. Os casos relativos aos vistos dourados deixaram de ter part...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.