Depois de uma semana difícil para o
Governo, mais uma, o ministro da Administração Miguel Macedo,
demitiu-se, por considerar que não tem condições políticas para
se manter no cargo. Se outros ministros se demitissem por se
encontrarem politicamente diminuídos, teríamos seguramente mais
demissões.
A propósito de demissões, uma
remodelação mais profunda está na ordem do dia. Os comentadores do
costume consideram necessária essa remodelação mais profunda que
afectaria inevitavelmente a ministra das Finanças e eventualmente o
ministro da Educação que se mantêm incrivelmente nos seus cargos -
depois de falhanços absolutos, falhas de sistema e hipotéticas
sabotagens.
Os comentadores do costume,
exceptuando Marques Mendes que esteve mais tempo dedicado a
explicações sobre a sua sociedade envolvida no escândalo dos
vistos Gold, consideram que a remodelação é essencial para o
Governo se manter na corrida das legislativas.
Com efeito, o Governo, ou melhor, os
partidos que compõem o Governo, até se podem manter na corrida, mas
dificilmente estarão em condições de vencer as eleições. E não
será tanto devido ao caso dos vistos Gold, mas sim graças a um
desgaste que se traduz invariavelmente na substituição de um
partido - neste caso o PSD, por outro - o PS. Não há remodelação
que salve o Governo, até porque não se sabe quem aceitará o cargo
ou os cargos por escassos meses, num Governo manifestamente
desgastado e fragilizado.
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