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O que fazer com tão pouco tempo?

Privatizar o possível, essencialmente. Insistir e acentuar as transformações sociais iniciadas. Não desistir da possibilidade de uma reeleição. É sobretudo isto que se pode fazer com tão pouco tempo. Falta um ano para eleições e tudo indica que o próximo Governo terá outra cor política.
Até lá, o realismo tenderá a instalar-se. Há muito em jogo e pouco tempo. Pelo caminho, não haverá tempo nem disposição para disfarçar o carácter ultraliberal do ainda Governo. Esse carácter não é surpresa e passa por uma espécie de rigor que os outros não têm. Todos se lembram, e os partidos do Governo farão questão de lembrar e empolar os factos, da natureza despesista e irresponsável do Governo de José Sócrates. Ausente da vida política activa, Sócrates estará bem presente até ao culminar das eleições legislativas.
Há muito para fazer em tão pouco tempo: vender o pouco que sobra, empobrecer o país, com maiores ou menores subterfúgios, aumentar as desigualdades, favorecendo a casta dominante, alimentar a história da incompetência para esconder o enfraquecimento dos serviços públicos, abrindo as portas à casta dominante. Tanto para fazer... em tão pouco tempo traduz-se na agudização das dificuldades já existentes. Entretanto o país aguarda anestesiado pelo senhor que se segue.

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