A sondagem do El
Pais provoca um abalo político em Espanha: o Podemos, um
partido com quase um ano de existência, fica à frente do PP e do
PSOE - os partidos da alternância. Paralelamente, Pablo Iglésias,
líder do Podemos, é o único político com nota positiva. O
desemprego, a corrupção transversal a PP e PSOE, com escândalos
diários, e o falhanço da austeridade justificam a ascensão do
Podemos, um partido que deu expressão popular ao movimento 15M.
Outras razões que poderão justificar
a ascensão do Podemos prendem-se com as propostas - nem sempre tão
aprofundadas e exploradas quanto o que se desejaria. Este partido
rejeita as políticas de austeridade, defendendo a necessidade de
combater a oligarquia financeira e económica; o Podemos aponta o
desemprego como um dos maiores problemas em Espanha e assume a
necessidade de reestruturar a dívida pública e privada.
No entanto, o que justifica em larga
medida a ascensão do Podemos e surpresa na preponderância deste
partido prende-se com o desgaste dos dois grandes partidos espanhóis:
PP e PSOE e no PSOE em concreto a indefinição que assola os
partidos socialistas na Europa.
O resultado está à vista: a ascensão
de um partido que mostra ser aquilo que PP e PSOE não são - uma
mudança tão almejada. Sinais que deixarão uma Europa
ideologicamente obtusa inquieta. A este sinal soma-se a boa colocação
do Syrisa grego nas sondagens.
Comentários
As esquerdas europeias adormeceram quando chegaram ao poder e com o passar das legislaturas foram apodrecendo.
Esquerda rija é bem-vinda. E necessária. Digo eu.