Avançar para o conteúdo principal

Podemos mudar

A sondagem do El Pais provoca um abalo político em Espanha: o Podemos, um partido com quase um ano de existência, fica à frente do PP e do PSOE - os partidos da alternância. Paralelamente, Pablo Iglésias, líder do Podemos, é o único político com nota positiva. O desemprego, a corrupção transversal a PP e PSOE, com escândalos diários, e o falhanço da austeridade justificam a ascensão do Podemos, um partido que deu expressão popular ao movimento 15M.
Outras razões que poderão justificar a ascensão do Podemos prendem-se com as propostas - nem sempre tão aprofundadas e exploradas quanto o que se desejaria. Este partido rejeita as políticas de austeridade, defendendo a necessidade de combater a oligarquia financeira e económica; o Podemos aponta o desemprego como um dos maiores problemas em Espanha e assume a necessidade de reestruturar a dívida pública e privada.
No entanto, o que justifica em larga medida a ascensão do Podemos e surpresa na preponderância deste partido prende-se com o desgaste dos dois grandes partidos espanhóis: PP e PSOE e no PSOE em concreto a indefinição que assola os partidos socialistas na Europa.
O resultado está à vista: a ascensão de um partido que mostra ser aquilo que PP e PSOE não são - uma mudança tão almejada. Sinais que deixarão uma Europa ideologicamente obtusa inquieta. A este sinal soma-se a boa colocação do Syrisa grego nas sondagens.

Comentários

Dalaiama disse…
Pois que o Syrisa, que também já esteve bem perto de o conseguir, alcance finalmente o poder na Grécia. E este Podemos espanhol, que conheço menos mas também aprecio, oxalá continue a surpreender.
As esquerdas europeias adormeceram quando chegaram ao poder e com o passar das legislaturas foram apodrecendo.
Esquerda rija é bem-vinda. E necessária. Digo eu.

Mensagens populares deste blogue

Mais uma indecência a somar-se a tantas outras

 O New York Times revelou (parte) o que Donald Trump havia escondido: o seu registo fiscal. E as revelações apenas surpreendem pelas quantias irrisórias de impostos que Trump pagou e os anos, longos anos, em que não pagou um dólar que fosse. Recorde-se que todos os presidentes americanos haviam revelado as suas declarações, apenas Trump tudo fizera para as manter sem segredo. Agora percebe-se porquê. Em 2016, ano da sua eleição, o ainda Presidente americano pagou 750 dólares em impostos, depois de declarar um manancial de prejuízos, estratégia adoptada nos tais dez anos, em quinze, em que nem sequer pagou impostos.  Ora, o homem que sempre se vangloriou do seu sucesso como empresário das duas, uma: ou não teve qualquer espécie de sucesso, apesar do estilo de vida luxuoso; ou simplesmente esta foi mais uma mentira indecente, ou um conjunto de mentiras indecentes. Seja como for, cai mais uma mancha na presidência de Donald Trump que, mesmo somando indecências atrás de indecências, vai fa

Normalização do fascismo

O PSD Açores, e naturalmente com a aprovação de Rui Rio, achou por bem coligar-se com o "Chega". Outros partidos como o Iniciativa Liberal (IL) e o CDS fizeram as mesmas escolhas, ainda que o primeiro corra atrás do prejuízo, sobretudo agora que a pandemia teve o condão de mostrar a importância do Estado Social que o IL tão avidamente pretende desmantelar, e o segundo se tenha transformado numa absoluta irrelevância. Porém, é Rui Rio, o mesmo que tem cultivado aquela imagem de moderado, que considera que o "Chega" nos Açores é diferente do "Chega" nacional. Rui Rio, o moderado, considera mesmo que algumas medidas do "Chega" como a estafada redução do Rendimento Social de Inserção é um excelente medida. Alheio às características singulares da região, Rui Rio pensa que com a ajuda do "Chega" vai tirar empregos da cartola para combater a subsidiodependência de que tanto fala, justificando deste modo a normalização que está a fazer de um pa

Outras verdades

 Ontem realizou-se o pior debate da história das presidenciais americanas. Trump, boçal, mentiroso, arrogante e malcriado, versus Biden que, apesar de ter garantido tudo fazer  para não cair na esparrela do seu adversário, acabou mesmo por cair, apelidando-o de mentiroso e palhaço.  Importa reconhecer a incomensurável dificuldade que qualquer ser humano sentiria se tivesse que debater com uma criança sem qualquer educação. Biden não foi excepção. Trump procurou impingir todo o género de mentiras, que aos ouvidos dos seus apoiante soam a outras verdades, verdades superiores à própria verdade. Trump mentiu profusamente, até sobre os seus pretensos apoios. O sheriff de Portland, por exemplo, já veio desmentir que alguma vez tivesse expressado apoio ao ainda Presidente americano. Diz-se por aí que Trump arrastou Biden para a lama. Eu tenho uma leitura diferente: Trump tem vindo a arrastar os EUA para lama. Os EUA, nestes árduos anos, tem vindo a perder influência e reputação e Trump é o ma