Pedro Passos Coelho nunca escondeu a vontade de encetar uma reforma no Estado, designadamente no Estado Social. Nas últimas semanas um relatório do FMI que incide sobre cortes na despesa e que solicita, em concreto, o corte de quatro mil milhões de euros veio, convenientemente, reforçar esse almejo de Passos Coelho e do seu Governo. Ora, uma reforma do Estado não é forçosamente negativa. Sabemos que se a mesma incidir sobre o clientelismo que grassa pela Administração Pública e que se cruza com partidos políticos e interesses económicos mina o próprio Estado. Qualquer reforma teria de começar por debelar a promiscuidade que há muito tomou conta do Estado. É evidente que um ataque ao clientelismo poria em causa interesses daquela espécie de casta que tomou conta do país. Por outro lado, nada se faz para melhorar o desempenho da Administração Pública, toda a acção do Governo incide sobre cortes, preservando o já referido clientelismo. Consequentemente, a reforma, refundação d...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.