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A tibieza do PS

A liderança do PS tem sido caracterizada por uma acentuada fragilização do líder. Apesar das políticas do Governo e das subsequentes manifestações de desagrado oriundas de vários quadrantes da sociedade portuguesa, António José Seguro não tem conseguido assumir uma liderança consolidada do maior partido da oposição.
Assim sendo, e perante a fragilidade do líder, surgem vozes de contestação dentro do próprio partido. No PS há quem almeje uma outra liderança e reunidas determinadas condições essas mesmas vozes de contestação interna acabarão por contribuir para a queda da actual liderança.
A tibieza revelada pelo líder do partido confunde-se com a fragilização do próprio Partido Socialista. Seguro tem dificuldades manifestas em assumir posições. Comprometido com o memorando de entendimento e procurando afastar-se do PSD e do CDS, mas também dos partidos mais à esquerda, não raras vezes cai na armadilha da insegurança.
O actual contexto é intrincado. Eleições internas podem correr o risco de serem extemporâneas; a actual liderança não se desmarca da imagem de insegurança; a contestação interna contribui igualmente para uma imagem de fragilidade do maior partido da oposição. Por outro lado ainda, o fantasma de José Sócrates continua bem presente. Incrivelmente.

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