Pedro Passos Coelho, ausente do país, opta por proferir afirmações e fazer revelações surpreendentes, ou talvez não. O primeiro-ministro escolhe um país estrangeiro para revelar aos portugueses que necessita de renegociar com a Troika, tendo em conta a dívida das empresas públicas. Os pormenores dessa renegociação - sempre recusada por Passos Coelho, mesmo quando membros do seu próprio partido o sugeriram - ficam para outra oportunidade, como de resto já é habitual. Enquanto Passos Coelho fala da necessidade de renegociar com a Troika, o mesmo Passos Coelho não reage à notícia de que a Alemanha, mais concretamente, o ministro alemão das Finanças, propõe uma taxa Tobin, mas apenas para a Europa. Recorde-se que há largos anos que muitos advogaram essa taxa que recai sobre as transacções financeiras. Aqui neste blogue já se abordou o assunto. Sobre esta matéria, nem uma palavra dos membros do Governo português. As razões para esse silêncio prendem-se com a cegueira ideológica...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.