A Islândia, país que conheceu uma inaudita recuperação depois da bancarrota, exemplo para muitos que pugnam por um modelo diferente daquele que está em marcha no seio da União Europeia, conheceu agora, em tempo de eleições, uma reviravolta. Os partidos de direita, a mesma direita que criou as mesmas condições para que o país entrasse em bancarrota, voltaram ao poder. O facto, quase bizarro, explica-se com o sentimento euro-céptico que desses partidos. De facto, esse euro-cepticismo - a recusa em entrar no clube da UE - explica a reviravolta islandesa. Os partidos de esquerda acabaram por perder perto de metade dos seus deputados. A receita do FMI foi aplicada na Islândia, embora as negociações entre o então governo islandês e a o Fundo Monetário Internacional não sejam comparáveis àquilo que por aqui se viu. Com efeito, o desemprego foi reduzido e o país saiu da recessão. Ficaram no entanto muitos agregados familiares fortemente endividados, o que poderá ajudar a explica...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.