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Grécia

Era expectável escolher outro tema, designadamente o discurso do Presidente por ocasião do 39º aniversário do 25 de Abril. Porém, prefiro não comentar o que de facto não merece comentários. Paralelismo por paralelismo prefiro comentar o final da temporada da série Walking Dead, uma série repleta de seres que não estão nem vivos, nem propriamente mortos; paralelismo por paralelismo, prefiro comentar esses seres que caminham sobre a terra e que emitem sons característicos das bestas ao invés de outros seres que caminham igualmente sobre a terra, mas ao invés de sons próprios das bestas, optam por esporádicos discursos insidiosos.
Escolho a Grécia como tema de hoje, Grécia que volta a ser notícia por avançar com pedido de reparações de guerra à Alemanha.
Recorde-se que a Grécia tem-se mantido fora do centro das atenções da comunicação social. Depois de imagens de acentuada instabilidade social, depois de um período de instabilidade política, a Grécia deixou de estar no centro das atenções da comunicação social.
A Grécia representa o exemplo do maior falhanço das políticas económicas da Troika e, como tal, não interessa dar visibilidade a um caso de grosseiro insucesso. Irlanda e Portugal, por outro lado, com ou sem laivos de verdade, serão casos de sucesso. Serão forçosamente casos de sucesso.
A Grécia, longe dos holofotes da comunicação social, mostra temeridade num mundo onde grassa a cobardia e a pequenez. Exigirá reparações de guerra. Faça-se justiça.

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