Hoje, dia 30 de Maio, é dia de greve geral, mas em vez de se discutirem as razões e as consequências desta greve, perde-se demasiado tempo com a habitual guerra de números. O Governo, por um lado, lança para a opinião pública o reduzido número de serviços afectados pela greve; a CGTP, por outro, dá a sua versão dos factos que geralmente se traduz num elevado número de trabalhadores que aderiram à greve e a consequente paralisação de serviços. Ao invés de se perder demasiado tempo com discussões bizantinas, seria de uma enorme proficuidade que o Governo percebesse que independentemente dos números, muitos portugueses estão descontentes com a situação do país. Com efeito, o Governo tentou subverter o direito à greve, e ao fazê-lo denota o carácter mesquinho desta governação. A tentativa de controlar os trabalhadores que fazem greve – através de uma contagem mascarada por um falso pretexto contabilístico – é sintomática do desconforto que é sentido por quem nos governa de cada vez que exi...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.