António Costa, candidato das primárias do PS. enfatizou a unidade do partido, recorrendo a manifestações de punho fechado como símbolo da unidade do partido, referindo também que os adversários “estão lá fora”. Percebe-se a intenção do candidato que procura unir o que está desunido. A referida unidade não existe, nem no PS, nem na esquerda no sentido mais genérico. Unidade só se encontra de facto na direita, em Portugal e não só. No caso concreto do PS é a desunião que o caracteriza, com episódios mais ou menos acesos, uma desunião que durará pelo menos mais quatro meses. Quem ganha são os partidos do Governo que não conhecem – como de resto não conheceram nos últimos três anos – adversário à altura. O que não deixa de ser curioso: o Governo mais medíocre da história de democracia portuguesa nunca chegou a conhecer um adversário à altura, apesar dos esforços dos partidos mais à esquerda do PS que está confinados a uma dimensão que não lhes permite fazer muito mais do que aqui...
Para a construção de uma sociedade justa e funcional é necessário que a política e que os políticos se centrem na consolidação de três elementos: a protecção do ambiente, o bem-estar social com a necessária eficácia económica e a salvaguarda do Estado democrático. No entanto, estamos a falhar clamorosamente o primeiro objectivo, o que faz com tudo o resto seja inexoravelmente sem importância.